
É doutora em Educação pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Pesquisa agendas internacionais voltadas para as mulheres de países periféricos, representatividade feminina na política e história das mulheres. É autora do livro de contos
É doutora em Educação pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Pesquisa agendas internacionais voltadas para as mulheres de países periféricos, representatividade feminina na política e história das mulheres. É autora do livro de contos
Os últimos acontecimentos trazem um esboço do que serão as eleições em 2026. O cenário atual, profundamente marcado pelos julgamentos dos réus do 8 de janeiro, é um endosso à polarização política.
Os Projetos de Lei (PL) que tramitam no congresso têm repercussão nos rumos da política nas próximas décadas.
O PL que tenta pôr fim à reeleição remodela a dinâmica política. Podemos citar, ainda, as discussões em torno da regulamentação das mídias, que segue ainda sem uma definição. Por essas e outras questões, a corrida eleitoral está pronunciadamente acelerada.
Não chegamos sequer ao ano eleitoral e podemos antever os desafios aguardados para o próximo ano. A estimativa é de aumento da presença dos chamados outsiders, candidatos que não têm histórico político e aparecem na cena política de modo extemporâneo, geralmente, como produtos das mídias sociais. Também é esperado que o eleitor seja, de modo crescente, visto como um mero seguidor.
Os projetos e plataformas eleitorais pensados de forma estruturante vêm sendo substituídos pelo chamado microdirecionamento, que consiste na customização dos discursos tendo em vista quem se quer atingir.
O uso da inteligência artificial (IA) amplificará as chamadas fake news, e as discussões prometem continuar em uma câmara de eco na qual não se conhecem divergências ou outras perspectivas sobre as mesmas questões, com isso, perde-se a riqueza da diversidade de opiniões.
A busca pela competitividade eleitoral pode declinar em abusos no direito de liberdade de expressão e no cometimento de crimes eleitorais.
O Estado precisa ainda pensar estratégias para minimizar, ou até mesmo erradicar, a interferência das facções nos processos e resultados eleitorais.
Por fim, se nada for feito, deveremos esperar um aumento dos casos de violência política de gênero, dado o exacerbado número de canais que se estruturam em torno de ideias misóginas.
O retrato do desafio eleitoral brasileiro, que mais se assemelha a um romance distópico, apenas será revertido com combate à desinformação, educação política e controle cerrado a atos criminosos que atentam contra a democracia.
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