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O País do futuro abandona o presente
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É doutora em Educação pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Pesquisa agendas internacionais voltadas para as mulheres de países periféricos, representatividade feminina na política e história das mulheres. É autora do livro de contos

Kalina Gondim política

O País do futuro abandona o presente

A não assistência, o descaso e a negligência para com a geração mais jovem se traduzem num desperdício de talento humano, de inovação e de desenvolvimento sustentável
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MAIOR parte das adolescentes que se torna mães tem baixa escolaridade (Foto: FABIO LIMA)
Foto: FABIO LIMA MAIOR parte das adolescentes que se torna mães tem baixa escolaridade

Nas últimas semanas, O POVO divulgoo futuro abandona o presente

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É doutora em Educação pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Pesquisa agendas internacionais voltadas para as mulheres de países periféricos, representatividade feminina na política e história das mulheres. É autora do livro de contos

Kalina Gondim política

O País do futuro abandona o presente

A não assistência, o descaso e a negligência para com a geração mais jovem se traduzem num desperdício de talento humano, de inovação e de desenvolvimento sustentável
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MAIOR parte das adolescentes que se torna mães tem baixa escolaridade (Foto: FABIO LIMA)
Foto: FABIO LIMA MAIOR parte das adolescentes que se torna mães tem baixa escolaridade

Nas últimas semanas, O POVO divulgou matérias que denunciavam a negligência e o desamparo de crianças e adolescentes. Em uma das edições, o jornal trouxe a nefasta notícia de que, todos os dias, uma menina de até 14 anos dá à luz no Ceará. Em uma outra edição, O POVO desvelou que no Ceará atualmente existem mais de 2 mil crianças e adolescentes de 10 a 14 anos em união conjugal.

As duas notícias são igualmente estarrecedoras e nos levam a questionar sobre como chegamos a esse nível de abandono para com uma população que, em um futuro próximo, reunirá os indivíduos que conduzirão nosso País. Aqui, a ausência de cuidados com a infância e a adolescência é histórica e estrutural.

Muitos fatos do cotidiano são reveladores do abandono: as crianças em situação de rua, o flagelo do trabalho infantil, a exploração sexual de crianças e adolescentes, a evasão escolar, a extrema pobreza e a subescolarização são alguns dos incontáveis problemas que atravessam a vida de muitos indivíduos.

A despeito de todo o avanço legal como o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que esse ano completou 35 anos, o Brasil continua a negligenciar a fase da vida mais rica e que é responsável, em grande parte, pelo destino de uma pessoa.

Segundo o Banco Mundial, o PIB do Brasil teria uma estimativa de crescimento se todas as crianças desenvolvessem suas habilidades ao máximo.

O economista James Heckman, ganhador do prêmio Nobel, demonstrou que cada 1 dólar investido até os 6 anos de idade se traduz em um retorno de 7 dólares.

As pesquisas em educação também atestam a potência guardada na infância. Nesse período, o cérebro humano atua como uma esponja, absorvendo todas as informações e estímulos contidos no ambiente.

Infelizmente, os estudos acadêmicos, os avanços em termos de legislação protetiva e os diferentes pactos internacionais em defesa do desenvolvimento integral e da proteção de crianças e adolescentes não foram capazes de sensibilizar as autoridades brasileiras.

A não assistência, o descaso e a negligência para com a geração mais jovem se traduzem num desperdício de talento humano, de inovação e de desenvolvimento sustentável.

Esse vácuo protetivo repercutirá em um futuro próximo, no qual o Brasil seguirá como um país subdesenvolvido, pois como pensar em um futuro promissor se no presente aqueles que estarão lá estão esquecidos?

Foto do Kalina Gondim

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