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O sonho dos 15 anos e as Disneys do mundo
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Com formação em desenvolvimento mobile pelo IFCE e pela Apple Academy, junto ao seu conhecimento em Design e Animação, atuação em UI|UX e experiência na criação de aplicativo móveis, fundou a Startup Mercadapp. É amante dos livros, da música, do teatro e do ballet. Tudo isso sempre junto e misturado a tecnologia e inovação. Escrever sempre foi seu refúgio dentro dessa jornada tão desafiadora, que é ser uma jovem mulher empreendedora

Larissa Lima comportamento

O sonho dos 15 anos e as Disneys do mundo

Porque crescer não é deixar de sonhar. É aprender a realizar os sonhos de um jeito novo, mais consciente, mais inteiro, e, talvez, ainda mais bonito
Larissa Lima em todas as Disneys do mundo (Foto: Arquivo pessoal)
Foto: Arquivo pessoal Larissa Lima em todas as Disneys do mundo

Quando eu completei 15 anos, meu maior sonho era ir à Disney. Eu via as fotos das amigas que tinham ido nos castelos, toda aquela magia colorida, os sorrisos estampados nos rostos das pessoas, e achava que aquele era o auge da felicidade.

Para mim, a Disney representava o lugar onde a vida parecia se alinhar com a fantasia e onde tudo era possível. Mas os anos passaram, e o sonho ficou guardado em algum cantinho da mente, enquanto a vida seguia em ritmo acelerado.

Até que um dia, quando vendi minha empresa, olhei pra mim mesma e percebi que era hora de resgatar aquela promessa adolescente. Não apenas realizá-la, mas ampliá-la. Eu não queria mais apenas conhecer a Disney. Eu queria conhecer todas as Disneys do mundo.

Foi assim que começou uma das experiências mais simbólicas da minha vida, uma volta ao mundo guiada por um sonho de menina e concretizada pela mulher que aprendeu que nenhum sonho é grande demais quando a gente se permite vivê-lo.

A primeira parada, que eu vou considerar (porque a primeira não deve ser contabilizada, contei aqui na Bonjour Paris) foi a mais óbvia e a mais emblemática.

Walt Disney World, em Orlando, é o coração do império mágico. O parque é tão vasto que parece uma pequena cidade com lagos, florestas, ônibus, monorail e quatro parques principais que se conectam como reinos encantados.

Seja no Magic Kingdom, no Animal Kingdom, no Epcot ou no Hollywood Studios cada detalhe tem uma história. E cada parque te leva a uma emoção diferente. Eu particularmente me apaixonei pelo Animal Kingdom, uma decoração impecável, provando o cuidado com os detalhes que a Disney tanto nos vende.

Já em Paris, a Disney ganha outro tom. É mais delicada, mais artística, mais encantadoramente francesa. Para mim, o Castelo da Bela Adormecida é o mais bonito de todos, rosa suave, com detalhes dourados e vitrais que brilham mesmo sob o céu nublado.

As ruas do parque parecem saídas de uma pintura impressionista. O som do francês misturado ao riso das crianças, o aroma de croissant e chocolate quente, e os desfiles com coreografias que lembram musicais da Broadway com sotaque europeu. Há uma elegância despreocupada, quase poética. É, de fato, a Disney mais charmosa.

E foi ali, em Paris, que percebi algo bonito: a Disney não é só sobre infância. É sobre estética, arte, pertencimento. Sobre o prazer de ser parte de uma história que o mundo inteiro conhece, mas que cada um interpreta de um jeito.

Por isso, quis logo conhecer a Disneyland da Califórnia, o berço de tudo. Caminhar ali é quase como visitar uma cápsula do tempo. Foi inaugurada em 1955, o primeiro parque do mundo, o sonho original de Walt Disney.

O parque é menor, mais intimista, mais humano. As calçadas são estreitas, os brinquedos têm um charme retrô. Charme esse que dá uma sensação única em relação aos outros parques. E há, claro, uma emoção especial em saber que foi ali que Walt caminhava, observando as pessoas se encantarem com suas criações.

Hong Kong Disneyland é menor, mas não menos intensa. O parque tem um público vibrante, entusiasmado, e uma mistura cultural fascinante. A cada desfile, o público grita, bate palmas, dança. Há uma alegria coletiva que contagia.

As paradas são diferentes, mais modernas, com influências asiáticas. A comida é um espetáculo à parte. É o tipo de detalhe que mostra como a magia se adapta a cada cultura, sem perder a essência.

Se Paris é a elegância, Shanghai é o futuro. Shanghai Disneyland é o parque mais tecnológico de todos, imenso, moderno e surpreendente.

O castelo da Enchanted Storybook é o maior já construído e homenageia todas as princesas Disney, não apenas uma. As projeções são de uma qualidade impressionante, é como se os personagens ganhassem vida diante dos olhos. É a Disney da nova geração, grandiosa, ousada, hiperconectada. Uma celebração da imaginação moderna.

No Japão: Tokyo Disneyland e Tokyo DisneySea são, para muitos, os parques mais impressionantes de todos. E, de fato, há algo de encantador em ver a disciplina japonesa aplicada à fantasia. Logo na entrada, percebi a diferença: o silêncio.

Mesmo com milhares de pessoas, o parque é tranquilo, respeitoso. O público se veste com entusiasmo, famílias inteiras usando chapéus combinando, mochilas decoradas, pelúcias penduradas. É uma celebração de pertencimento, uma alegria contida e elegante.

Mas foi no DisneySea que eu realmente me emocionei. O parque é único no mundo, inspirado nos portos marítimos da Terra. Há um Mediterrâneo recriado com precisão, vilas que parecem italianas, com roupas penduradas nas janelas e gôndolas que deslizam pela água.

O Vulcão Prometeu, que domina o centro do parque, cospe fogo de tempos em tempos, criando um cenário digno de cinema.

Visitar todas as Disneys do mundo é uma jornada emocional e cultural. Cada parque reflete o país onde está: o jeito de se divertir, de sonhar, de receber.

No Japão, a disciplina.
Na França, a arte.
Nos Estados Unidos, a eficiência.
Na China, o futuro. E em todos, um ponto em comum: a capacidade de fazer qualquer um acreditar, nem que por um instante, que a vida pode ser mais leve.

Mas também é uma lição sobre globalidade. Sobre como uma mesma história pode atravessar idiomas, religiões e costumes e ainda assim provocar o mesmo sorriso. São cerca de 150 milhões de visitantes que passam por ano pelos 12 parques da Disney.

Quando eu olho para trás, para aquela menina de 15 anos que sonhava em ver o castelo de perto, sinto um orgulho calmo. Porque realizei o sonho dela, e fui além. Mas mais do que os parques, o que fica é o simbolismo.

Foi uma forma de reconectar com a leveza, com a imaginação, com o olhar curioso que a vida adulta, às vezes, adormece.

Descobri que os sonhos não têm prazo de validade. Eles apenas esperam o momento certo para se tornarem reais. E talvez, no fundo, esse tenha sido o verdadeiro sentido da minha volta ao mundo pelas Disneys: descobrir que a magia não está nos lugares, mas na disposição de continuar acreditando nela.

Porque crescer não é deixar de sonhar. É aprender a realizar os sonhos de um jeito novo, mais consciente, mais inteiro, e, talvez, ainda mais bonito.

Foto do Larissa Lima

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