Jornalista formado pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Atua em redações desde 2014, quando participou do programa Novos Talentos, no O POVO. É repórter do caderno de Cidades, onde tem ênfase na cobertura de segurança pública. Escreve ainda para Esportes O POVO. Mestrando em Avaliação de Políticas Públicas, na UFC.
Apesar das prisões e da chegada do TCP, CV segue em expansão no Ceará
Avanço do Comando Vermelho mostra que atuais estratégias de segurança pública precisam ser revistas. Conexão Ceará-Rio de Janeiro é um dos principais desafios para as autoridades
Foto: Reprodução/Redes Sociais
Homens se filmaram fazendo pichações em alusão ao Comando Vermelho no contexto da disputa com a Guardiões do Estado no Vicente Pinzón
Depois de uma queima de fogos generalizada na Grande Fortaleza marcar, no dia 16 de setembro passado, o domínio do CV no bairro Vicente Pinzón e na comunidade do Lagamar, a facção ainda voltou a comemorar, de lá para cá, o controle de territórios como o da Vila Manoel Sátiro e da comunidade das Malvinas, no Quintino Cunha.
E ainda há vários outros territórios cobiçados, que passam atualmente por “guerras”, e que podem vir, em breve, a ter a bandeira do CV, a exemplo do residencial Cidade Jardim I.
Com o “santuário” proporcionado pelas favelas cariocas, os chefes do CV alencarino ficaram mais confortáveis para emanar ordens aos subalternos ainda fixados em territórios cearenses. Detém ainda o privilégio de acessar os mesmos canais de tráfico de drogas, armas e outros ilícitos de seus correligionários cariocas.
A extinção da Guardiões do Estado (GDE), que virou TCP, pode ser vista como uma tentativa de conter a tendência de retração de territórios registrada na facção cearense. Vale lembrar que a expansão do CV registrada nos últimos anos ocorre, sobretudo, sobre territórios outrora pertencentes a GDE.
A união com um aliado carioca — melhor estruturado e, consequentemente, mais rico — replicaria a estratégia do CV cearense. Atualmente, da cúpula fundadora da GDE — a “Sétima Coluna” — todos estão presos, à exceção de Yago Steferson Alves dos Santos, o “Yago Gordão” ou “Supremo”.
Não à toa, Yago não se encontra mais no Estado, havendo informes de que ele está fora do Brasil. Mesmo alguns dos criminosos que chefiam a Massa Carcerária já aprenderam que emanar ordens de fora do Estado é mais “seguro” para os “negócios” — enquanto, no PCC, pouco afeito no Ceará a disputas territoriais, as preocupações são de outra natureza.
Para o cidadão comum, porém, importa mesmo é saber qual a estratégia do Poder Público para anular as vantagens das quais gozam os faccionados abrigados no Rio.
Os governos do Ceará, do Rio de Janeiro e também o Executivo e o Legislativo federais precisam também apresentar medidas visando sustar as condições sociais, econômicas e culturais que permitem às facções repor “soldados” com tanta facilidade, apesar de tantas mortes e prisões.
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