Marília Lovatel cursou Letras na Universidade Estadual do Ceará e é mestre em Literatura pela Universidade Federal do Ceará. É escritora, redatora publicitária e professora. É cronista em O Povo Mais (OP+), mantendo uma coluna publicada aos domingos. Membro da Academia Fortalezense de Letras, integrou duas vezes o Catálogo de Bolonha e o PNLD Literário. Foi finalista do Prêmio Jabuti 2017 e do Prêmio da Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil – AEILIJ 2024. Venceu a 20ª Edição do Prêmio Nacional Barco a Vapor de Literatura Infantil e Juvenil - 2024.
"As crianças russas, palestinas, assim como as brasileiras... esperam por um mundo livre de tanques, explosões, balas perdidas..."
O que fazem as crianças quando se reúnem? As lideranças se encontram no G20. O Rio de Janeiro, ou melhor, a orla nobre e os cartões postais da Cidade Maravilhosa são tomados por tanques para assegurar a integridade física dos visitantes ilustres, chefes de Estado, autoridades.
E o carioca pega carona na falsa paz, na segurança momentânea, experimenta deixar a bolsa com a toalha e o celular na areia e encontrá-la no mesmo lugar, na volta do mergulho nas águas frias e azuis do mar de Copacabana.
O que fazem as crianças quando se reúnem? Nas audiências bilaterais e nos eventos coletivos, os pactos são firmados, os acordos são fechados, as urgências são elencadas, o Museu do Amanhã recebe o hoje e não há garantias nem do hoje, muito menos do amanhã.
As armas apontadas, engatilhadas, vigilantes, as ruas interditadas, o tráfego desviado, o tráfico afastado, mantido a (curta) distância. E o cearense sonha com uma paz verdadeira, permanente; também quer deixar a bolsa com a toalha e o celular na areia e encontrá-la no mesmo lugar, na volta do mergulho nas águas mornas e verdes do mar da Praia do Futuro.
O que fazem as crianças quando se reúnem? Nas salas de aula, o ano letivo termina, a esperança se renova com a luta diária pelas condições básicas, por uma vida digna, por saneamento, teto, alimentação, educação e oportunidades, pela extinção do trabalho que escraviza, pela instalação de banheiros onde a miséria recorre aos matos, pelo respeito às diferenças, pela aceitação de todas as crenças, por ser mulher e não sofrer violência, por ser negro sem asfixia, indígena sem terra queimada, velho sem abandono, criança com proteção.
As crianças russas, palestinas, sudanesas, israelenses, ucranianas, libanesas, sírias, haitianas, paquistanesas, congolesas, afegãs, nigerianas, assim como as brasileiras esperam por um mundo livre de tanques, explosões, balas perdidas, armas apontadas, engatilhadas, esperam pela desinterdição do direito de brincar.
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