Mentor e conselheiro de startups há mais de quatro anos, formado pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e com especializações pela UFRJ e Unyleya. Hoje, atua como diretor de Operações da Casa Azul Ventures, já tendo mentorado mais de 100 startups e avaliado mais de 1.000 em diversos programas nacionais e internacionais. Também atua como gerente de Novos Negócios no Grupo de Comunicação O POVO.
O mercado de Venture Capital ainda tem suas leituras financeiras, como qualquer outro fundo de investimento faz. O que podem mudar são as premissas, expectativas de retorno e cálculos sobre o valor investido. Mas a conta final, sempre terá de ser positiva para aqueles que estão investindo
Navegando nesses últimos meses no mercado de Venture Capital, venho percebendo o quanto a captação de recursos para startups está aquecida, permitindo cheques maiores (do que o que acredito ser adequado) e colocando muita expectativa na mão dos empreendedores.
Acontece que, o mercado de Venture Capital ainda tem suas leituras financeiras, como qualquer outro fundo de investimento faz. O que podem mudar são as premissas, expectativas de retorno e cálculos sobre o valor investido. Mas a conta final, sempre terá de ser positiva para aqueles que estão investindo.
Como o mercado está aquecido, surgem dois elementos perigosos para o ecosistema: o investidor desavisado e o empreendedor de pitch bonito.
Quando surge o investidor desavisado no mercado, ele trata seus recursos como se fossem modelos de investimentos tradicionais. E isso, em certos momentos, podem criar variações de captable ou cessão de equity para investidores que dificilmente serão corrigidas no futuro.
Esses investidores querem pegar muito equity, querem ter controle do negócio, moldar os empreendedores à sua maneira e, com isso, acreditam que estão adicionando estratégia à startup. Mas o que ele pode estar adicionando, principalmente, é burocracia e lentidão.
Já olhando pelos empreendedores de pitch bonito, eles geralmente não possuem produtos robustos em mãos, e suas soluções geralmente são mais genéricas com pouca (ou nenhuma base tecnológica).
Esse empreendedor aprendeu a fazer fundraising e sabe falar exatamente o que os investidores querem ouvir. Qual o problema nessa relação, recursos de investidores, serão alocados em startups que demorarão para retornar com uma receita que pague o dinheiro investido.
E quando esses dois se encontram? Problema dos grandes. Pois o deal (investimento) talvez aconteça, mas trará péssimas interpretações para os que estiverem à volta dessa relação.
Isso faz com que, mais cedo ou mais tarde, a partir de uma retração de algum grande Unicórnio por aí, os retornos esperados do IPO não são entregues, e os investidores do mercado de capitais (que são os investidores seguros também em Venture Capital) podem começar a contingenciar negociações, para avaliar o impacto nas demais startups.
Esse contingenciamento, trará um efeito em cadeia. Dos IPOs subvalorizados (undervaluatted) aos investidores anjos que desaparecerão. Todo o fluxo de investimento de Venture Capital estará com medo dos impactos.
E com startups, já temos muitas incertezas pra ter que trabalhar com mais uma.
O alerta soa profético e trágico. Prefiro pensar como cético e precavido. Precisamos estudar mais para não errarmos demais.
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