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O paradoxal medo de ficar de fora
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Mentor e conselheiro de startups há mais de quatro anos, formado pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e com especializações pela UFRJ e Unyleya. Hoje, atua como diretor de Operações da Casa Azul Ventures, já tendo mentorado mais de 100 startups e avaliado mais de 1.000 em diversos programas nacionais e internacionais. Também atua como gerente de Novos Negócios no Grupo de Comunicação O POVO.

O paradoxal medo de ficar de fora

A dúvida se torna a única certeza do investidor, que vai alimentar sempre uma ansiedade por saber aquilo que ele não está sabendo
Tipo Notícia
A dúvida é constante na vida do investidor (Foto: Tumisu/Pixabay  )
Foto: Tumisu/Pixabay A dúvida é constante na vida do investidor

No ecossistema de investimentos, mundo afora, foi criado o acrônimo Fomo (fear of missing out). Na sua tradução literal, significa “o medo de perder”, mas podemos interpretar como o “medo de perder oportunidades que outros estão aproveitando”.

Com a digitalização das comunicações, das informações e dos investimentos, a velocidade no qual as decisões são tomadas está se tornando cada vez maior, fazendo com que investidores precisem estar cada vez mais atentos às novidades e tendências do mercado.

Esse acrônimo (Fomo) já era utilizado nas redes sociais, ciências comportamentais e nos meios de comunicação e jornalismo. Entretanto, com o surgimento das criptomoedas e, principalmente, com a hipervalorização do bitcoin, muitos investidores sentiram um gosto amargo de arrependimento de não ter seguido a onda daquilo que não parecia ser sério.

Após o grande boom das criptomoedas e tudo que às envolveu, muitos investidores começaram a ficar muito mais ansiosos ao pensar que, nesse exato momento, poderia estar surgindo uma oportunidade que poderia “quebrar a banca”, e que se ele não estiver entrando nessa oportunidade, talvez perdesse “a chance da vida”.

A necessidade de informações para investir

Investidores estudam, e consomem o máximo de informações para entender do movimento do mercado e o que está em alta para conseguir o máximo de retorno possível.

Alguns investidores sustentam uma lógica de pareto, dizendo que precisam apenas estar por dentro das 20% maiores movimentações do mercado. Isso representará 80% do fluxo financeiro total. A lógica faz muito sentido e torna a estratégia um modelo inteligente de aplicar recursos e seu próprio tempo.

O paradoxo: medo daquilo que não se sabe

Usando a lógica de pareto, o Fomo está presente exatamente no 80% das movimentações, que representam fluxos financeiros ínfimos e residuais de uma economia.

Mas a economia não é exponencial? Se a economia é exponencial, essas movimentações que hoje são pequenas, em pouco tempo farão parte das maiores. E isso pode ser verdade, mas também pode não ser.

E nessa incerteza, a dúvida se torna a única certeza do investidor, que vai alimentar sempre uma ansiedade por saber aquilo que ele não está sabendo.

Mesmo se, ele estivesse por dentro de 99% das transações do mercado, aquele 1% que está de fora, é o que alimenta esse medo, e no mercado o investidor nunca vai chegar aos 100% de consciência do mercado (não como trabalhamos hoje).

Mas e aí? Como resolver? Bem, eu sugiro terapia e uma boa equipe para auxiliar na tomada de decisões. Isso geralmente ajuda a enfrentar o Fomo.

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