Miguel Pontes é Streamer de Games na Twitch. Host, editor e produtor do Mais Um Podcast de Games e da Comunidade Nerd do O POVO. Pesquisador da Central de Jornalismo de Dados - Datadoc e Acervo O POVO. Neste espaço, vai falar sobre jogos, noticiar eventos, analisar games e opinar sobre a indústria de jogos
Marvel Cosmic Invasion: simples, viciante e cheio de porradaria cósmica
Em mais um acerto no multiverso dos games, a Marvel em parceria com a Dotemu e a Tribute Games, chega com um beat ‘em up raiz, inovando na medida e cheio de frescor. Um jogo simples, carismático e viciante — do jeitinho que eu gosto.
Foto: Dotemu | Divulgação
Dotemu e Tribute Games lança oficialmente o jogo Marvel Cosmic Invasion
Jogar Marvel Cosmic Invasion me deu aquela sensação boa de quando a gente liga o videogame só pra relaxar, detonar uns inimigos e se divertir sem preocupação.
O jogo da Tribute Games com a Dotemu chega com muita cara de clássico, mas com umas novidades massa que deixam tudo mais dinâmico. Não é um jogo que quer reinventar o gênero, mas claramente tem amor, tem carinho e tem aquela vontade de entregar um negócio divertido e sem complicação.
E vou logo dizendo: o que mais me ganhou foi a possibilidade de escolher dois heróis de uma vez e ficar trocando entre eles em tempo real. Esse tal de “Cosmic Swap” - ou melhor Troca Cósmica - dá muita vida ao combate.
Pegaram o que tinha de melhor em jogos baseados times com assistencia e trocas rápidas, como no aclamado Marvel vs Capcom e colocaram em um jogo estilo Briga de Rua. Como ninguem pensou nisso antes? E não é só isso.
Um elenco grande e quase todo liberado logo de cara
Outra coisa que gostei foi a quantidade de personagens disponíveis logo no início. A maioria já vem desbloqueada, o que evita aquela chatice de ter que jogar dez horas pra poder testar alguém que você gosta.
O restante aparece naturalmente conforme você vai progredindo, do jeitinho certo, sem forçar grind. Isso te incentiva a querer avançar só pra descobrir mais possibilidades e achar as combinações que mais batem com teu estilo.
O jogo tem dois modos principais: Campanha e Arcade. No modo Campanha, você progride fase a fase, salva o progresso, volta e experimenta outros personagens. É um jeito mais “vida mansa” de jogar.
Funcionou pra mim, principalmente por conta dos desafios que o jogo sugere que sejam cumpridos em cada fase, como um bônus. São três desafios por fase com heróis específicos, por exemplo: Derrote o Aniquilador com o Nova ou Cause dano a dez inimigos com habilidade X.
Já o modo Arcade é aquele estilo raiz. Morreu? Se lascou. Vai ter que voltar tudo de novo, sem save. Mas, para não judiar muito de você, o jogo dispõe de quatro continues, o que dependendo do quanto você já conhece das características de cada personagem é o suficiente para te levar até o último chefão do game, o Aniquilador.
Esse contraste ficou ótimo porque cada modo entrega uma vibe diferente. A Campanha é pra curtir, o Arcade é pra sofrer feliz. O jogo conta ainda com modo Co-op local e online para até 4 jogadores, cada qual com sua dupla de heróis, além de ser possivel jogar em crossplataforma.
Foto: Dotemu | Divulgação
Marvel Cosmic Invasion aposta no clássico Beat em Up com algumas inovações
Trilha sonora de luxo, mas que podia brilhar mais
A trilha é do Tee Lopes, o mesmo compositor de Sonic Mania, TMNT: Shredder’s Revenge e outros projetos maravilhosos.
O talento do homem dispensa comentário, mas… aqui, vou ser sincero: a trilha em Cosmic Invasion passa muito tempo “tímida”. Mesmo tendo fases curtas há diversos momentos em que a trilha é mais do mesmo e você até esquece que ela existe ali.
Tá, eu sei que esse é o papel dela, mas em se tratando de Tee Lopes é de se estranhar que a trilha brilhe apenas em momentos decisivos, tipo nos chefões. No resto do tempo, parece meio contida demais. Não atrapalha, mas também não é marcante.
Fases curtas, inimigos repetidos e baixa dificuldade
As fases são curtas, diretas ao ponto, daquele jeito de beat ‘em up clássico dos anos 90. Os inimigos se repetem bastante, principalmente no meio da campanha. A variedade não é grande e depois de um tempo, você já sabe exatamente quem vem correndo, quem dá tiro, quem dá porrada.
Porém, é justo dizer que essa é uma característica de um jogo com alto índice de repetição, com o tempo você já consegue saber exatamente o que fazer para durar mais no game ou para derrotar aquele inimico com escudo gigantesco.
Os chefões de fase são massa, principalmente quando é algum personagem que você é familiarizado, como a Fênix Negra ou o Venom, mas depois de jogar algumas vezes, eles ficam relativamente fáceis, porque você entende quais heróis têm mais vantagem contra cada um deles.
E, sinceramente, isso não é algo ruim: é o jogo te dizendo que talvez seja a hora de aumentar a dificuldade e se desafiar mais. Fazer isso vai deixar o game com uma sobrevida maior e fazer o dinheiro investido valer mais a pena.
O Cosmic Swap é massa, mas a alma é aquela fórmula clássica
Mesmo com o "Cosmic Swap" sendo uma ideia nova para o estilo e muito bem aplicada, Marvel Cosmic Invasion segue a fórmula clássica do beat em up: "andar, bater, desviar, repetir". É o arroz com feijão da porradaria desenfreada, daquele jeitinho nostálgico que faz o olho brilhar e o sorriso abrir.
E isso faz muito sentido vindo da Tribute Games, que já fez TMNT: Shredder’s Revenge e Scott Pilgrim EX e da Dotemu, que tem no curriculo Streets of Rage 4 e que trouxe de volta a vida outros clássicos. As duas sabem exatamente o que estão fazendo: entregam jogo retrô com cara de moderno, mas fiel à essência. Aliás, a Dotemu não erra uma.
Foto: Dotemu | Divulgação
O sistema de troca de aliados inserido no game é chamado de Cosmic Swap e facilita o uso de combos em conjunto mesmo jogando solo.
Conexão forte com os Quadrinhos
Para os interessados, a história do jogo bebe muito da fase da "Onda de Aniquilação" (Annihilation), saga dos quadrinhos da Marvel originalmente publicada entre os anos 2006-2008.
Ali, o vilão Aniquilador (Annihilus) vinha com a toda sua tropa da Zona Negativa para destruir tudo — e os heróis precisavam se virar nos 30 pra não virar poeira espacial. Cosmic Invasion pega esse espírito: o universo tá indo pro brejo, invasões em massa acontecendo, heróis correndo pra conter o caos de todo lado.
Claro que aqui a narrativa é mais simples — é beat ‘em up, não RPG —, mas honra bem o material original. É uma homenagem resumida, porém fiel ao clima. Lembro que acompanhando as notícias sobre o game vi uma série de vídeos produzidos pela Tribute Games onde eles falavam melhor desse arco e expunham seu amor pelos quadrinhos.
É possível ver isso claramente nesse jogo. O cuidado com os personagens e fidelidade a história, trazendo passagens por cenários classicos dos quadrinhos como Genosha, Wakanda e Nova Iorque.
E por falar em cuidado
O game é todo traduzido para o portugues brasileiro. A dublagem segue no idioma original dos herois, o inglês, mas as legendas em portugues, localização dos herois e termos que são comuns para nós em se tratando do universo Marvel, estão todos lá.
Isso é fruto de um primoroso trabalho da Masamune, que é o representante oficial da Dotemu no Brasil e que nos enviou o game em antecipado.
Esse não é o primeiro trabalho deles com localização, eles já estavam presentes também em outros título da Dotemu, como o sensacional Absolum, que inclusive está concorrendo ao melhor indie do ano e em Earthion, ambos com textos dedicados aqui na coluna e episódio no Play-Bufo!
No fim das contas… vale a pena?
Vale sim. Marvel Cosmic Invasion é simples, direto, divertido e feito com amor. Tem carisma, tem ação na medida, tem inovação onde importa e tem aquela sensação de “vou só mais essa”.
Você abre o jogo, escolhe dois heróis, mete a porrada nos alienígenas e desestressa da vida. E pra mim, isso já tá valendo muito.
Preço e Plataformas
O jogo está disponível para PC, PS4, PS5, Xbox Séries X/S e Nintendo Switch. O preço do game varia de plataforma para plataforma, sendo a Steam a mais em conta, custando cerca de R$ 95 reais em promoção e a mais sendo a Playstation Store onde o jogo está custando R$ 169,90 em mídia digital. A caso esteja zerado de grana, a Steam está disponibilizando uma versao Demo com duas fases jogavies.
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