Cantora, compositora, jornalista. Lançou sete CDs (Mona Gadelha, Cenas & Dramas, Tudo se Move, Salve a Beleza, Praia Lírica - um tributo à canção cearense dos anos 70 e Cidade Blues Rock nas Ruas); o EP Tudo se Move 20 Anos Depois e vários singles. Fez Comunicação Social na Universidade Federal do Ceará. É mestra em Comunicação (PPGCOM). Lançou o livro "Perfume Azul - Transgressão e Rock na Fortaleza dos Anos 70" (Edição FWA)
Kalu faz parte de uma cena sobralense onde brilham Moon Kenzo, Simone Sousa, Suzana Quetzal, Letícia Muniz, Jessica Cisne e o Canta Mina, Keiza Fran e mais gente
Na cena cearense tem um grupo que reluz, brilhando tal qual um farol, ampliando a visão de quem quer ver - Procurando Kalu e sua maior significância a cada ano que passa.
Imagine uma trupe de artistas (es) jovens, estudantes em Sobral, no Curso de Música da Universidade Federal do Ceará (UFC), que herda o melhor da cultura hippie (no meu entender): o desejo de viver na paz e no amor. Não, não é só slogan sessentista.
Foto: Divulgação/Nayra Maria
Zeca Kalu
Quem convive com as Kalus, percebe logo que é filosofia de vida. É uma banda que emana aquela vontade boa de celebrar, compartilhar, visceral, sem competição, tudo na colaboração.
Amam-se tanto que estão juntos(as, es) há mais de dez anos. Sim, isso é um grande feito na música (e em outras artes também).
A gente sabe e conhece histórias de convivências difíceis, fugazes, rápidas, rupturas, projetos interrompidos.
Sertão adentro, lá vem Kalu com Zeca, Izma Xavier, Rodrigo Brasil, Gegê Theóphilo, Briar e Felipe Castro. E muitos(as) artistas(es) que orbitam nessa galáxia de sons primitivos, experimentais, dançantes, ritualísticos, rock and roll e mais, pois em Kalu cabe tudo.
Como na temporada de shows em Fortaleza, quando aconteceu a Ocupação Konkas no palco do Hub Cultural Porto Dragão por dois fins de semana de agosto - show dividido em três módulos, foi providencial a presença da Kalu nas mesmas semanas em que acontecia mais uma edição do Festival ForRainbow, em múltiplos espaços do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, gerando um movimento intenso no local, uma ponte de encontros artísticos, como se fosse pausa longe dos horrores do mundo.
E eis Kalu no palco, dividido também com Briar, clau aniz, Clarice Ayres e Biel. A figura de Zeca, voz ecoando em versos certeiros do trabalho “Dançaremos Furta-Cor Por Outros Mundos”, um colar de músicas inéditas que uniu o grupo a BUHR, tutora do projeto no Laboratório de Música da Escola Porto Iracema das Artes em 2023/24.
Pude acompanhar, na época em que estava na Escola, as andanças de BUHR com as Kalus, vendo nascer novas composições, participação nos shows do Teatro São João, em Sobral, e no Teatro do Dragão do Mar, em Fortaleza, com a participação também do multiartista Rami Freitas.
Zeca disse que “Konkas é um território fabuloso criado para abrigar a persona principal, Kalu, encontrando também a obra CORPOCO, de Felipe Castro”. O repertório incluiu o álbum “Kalu Parado Frente Ao Corpo”, de 2022.
Os sons de tambores e a voz de Zeca se encontram com a guitarra lisérgica de Rodrigo Brasil e os timbres inventivos de Gegê.
Kalu faz parte de uma cena sobralense onde brilham Moon Kenzo, Simone Sousa, Suzana Quetzal, Letícia Muniz, Jessica Cisne e o Canta Mina, Keiza Fran e mais gente.
O recorte de uma cena que torna esse momento tão precioso e que apesar de todas as dificuldades - as pedras rochosas no caminho que impõem aos (as) artistas independentes desafios constantes - consolida um movimento que vem de Sobral para a capital (mesmo Moon Kenzo cantando em seu refrão “eu não vou pra capital”).
Dez anos de Kalu e sua incrível resistência, forjada no bojo da psicodelia, tudo fora do lugar comum. “KONKAS vem de um lugar fora do espaço-tempo onde Kalu vive a colher memórias para que o mundo não se esqueça”. É também “a ideia daquele tipo de sertão que se cria dentro da cabeça de uma criança”. Não esquecerei.
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