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Milhares de abelhas morrem, agrotóxico seria a causa
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Jornalista, colunista de Economia da rádio O POVO/CBN; Coordenador de Projetos Especiais do Grupo O POVO DE COMUNICAÇÃO; Co-Autor do livro '50 Anos de Desenvolvimento Industrial do Ceará' e autor dos 'Diálogos Empresariais', dois livros reunindo depoimentos de líderes empreendedores do Estado do Ceará

Milhares de abelhas morrem, agrotóxico seria a causa

Produtores da região da Chapada do Apodi denunciam que já perderam pelo menos 50 colônias produtivas em razão do uso inadequado de agrotóxicos usados por empresa na Região
Tipo Opinião
Morte de abelhas tem preocupado produtores da região da Chapada do Apodi (Foto: divulgação)
Foto: divulgação Morte de abelhas tem preocupado produtores da região da Chapada do Apodi

Centena de milhares de abelhas morreram nos últimos dias na Chapada do Apodi, compreendendo os municípios de Limoeiro do Norte e Tabuleiro. A possibilidade de extinção dessa economia na região está assustando os produtores locais, que já perderam pelo menos 50 colônias produtivas, segundo cálculos da Associação de Apicultores de Limoeiro, que acompanha o problema.

As causas da mortandade estão sendo atribuídas à utilização inadequada de agrotóxicos por uma das grandes empresas de agronegócios instalada na região, segundo levantamento conjunto da Adagri e um grupo de apicultores locais.

Trata-se da Nova Agro, que desenvolve projeto de produção de algodão irrigado e de alta produtividade no município de Tabuleiro do Norte, em uma área de 2.000 ha.

A pulverização intensiva, explica o presidente da entidade dos apicultores, Cláudio Almeida, pode ocasionar o fim dessa atividade, que envolve atualmente 150 agricultores e gerou no ano passado a exportação de 2.700 toneladas de mel para os EUA, Italia e Alemanha. O faturamento foi superior a US$ 10 milhões.

A Nova Agro se defende, alegando que a pulverização se dá dentro da sua propriedade física. Ocorre, diz a Adagri de Limoeiro, que a pulverização do veneno, com os fortes ventos da temporada, veio a contaminar territórios vizinhos onde a prática da apicultura é disseminada.

“O uso de defensivos é generalizado na região, mas o manuseio é compartilhado com os agricultores de modo a evitar a contaminação de animais, aves e pessoas. O que não ocorreu nesse caso”, afirma a associação, que busca diálogo com a Nova Agro.

Adagri monitora casos

O escritório da Adagri em Limoeiro do Norte acompanha o problema, agora contando com o apoio da Caritas-Diocese de Limoeiro, que fez a coleta de abelhas mortas para análise em laboratório e assim identificar o tipo de componente químico utilizado. Os resultados ainda não foram divulgados.

Consultada, a Adagri em Fortaleza simplesmente desconhece o problema. Em nota, explica: “A Agência de Defesa Agropecuária do Ceará (Adagri), informa que não há nenhum processo solicitando vistoria para averiguação sobre a mortandade de abelhas em apiários localizados no Vale do Jaguaribe”.

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