Onze meses após o início da pandemia de coronavírus, o setor de eventos cearense agoniza. Classificadas em três áreas (corporativa, social e entretenimentos), 100% das empresas tiveram redução ou pararam de operar. Conforme a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (Cnae), são 6.022 empresas relacionadas ao segmento no Estado.

Sondagem realizada pelo comitê estratégico do setor - que envolve entidades como Abeoc, Sindieventos, Visite Ceará e Abrape - revela que 56% das companhias filiadas às entidades diminuíram sua operação e 44% pararam totalmente.

As grandes empresas que captam eventos do Estado também não estão aguentando e lançam um alerta para a situação: caso não seja feito nada agora, o estado pode perder importantes elos da cadeia de desenvolvimento do turismo.

Há um pedido de socorro das companhias e das pessoas que perderam seus empregos na área. Para minimizar os prejuízos, será preciso um trabalho equilibrado e inteligente em busca de caminhos para as atividades neste momento de crise.

O Ceará, com o diálogo mantido com as entidades, pode sair na frente em criação de soluções. No Brasil, segundo dados divulgados pela jornalista Miriam Leitão, a perda de empregos na área de eventos representa a perda de 80 fábricas da Ford. No Ceará, nas 62 companhias pesquisadas, 30 afirmaram que demitiram mais de 70% dos seus funcionários.

Caminhos

AJUDA EMERGENCIAL

As saídas para a sobrevivência do setor de eventos terão de ter pelo menos dois caminhos. O primeiro seria emergencial: é preciso urgência no socorro financeiro, principalmente para quem está sem faturamento; o segundo seria estratégico, com uma programação gradual de retomada, em sintonia com os dados epidêmicos.

Alguns profissionais da área acreditam que poderia haver uma retomada da área corporativa de eventos, dentro de protocolos de segurança em saúde, com limitação do número de participantes.

Trabalho

ACHATAMENTO DOS SALÁRIOS

O Ceará tem conseguido manter um saldo positivo na geração de empregos, mas o achatamento da renda é visível. Pelos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), três em cada quatro pessoas que conseguiram trabalho formal em 2020 tiveram o salário de admissão inferior a R$ 1.330.

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Turismo

MEDO DOS CANCELAMENTOS

Representantes da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-CE) andam preocupados com a possibilidade de proibição de qualquer viagem intermunicipal. Os turistas que vêm para o Ceará normalmente compram pacotes que incluem percursos até o Cumbuco, Beberibe, Taíba ou Beach Park. Caso sejam impedidos esses trajetos, teme-se uma corrida por cancelamento de vendas de pacotes.

Imóveis

NOVOS FINANCIAMENTOS

Os juros baixos devem contribuir para novas modalidades de financiamento no mercado imobiliário. O diretor da Domus Incorporada, Hygor Guerreiro, reforça que o setor conseguiu atravessar as incertezas em 2020. "As pessoas têm procurado realizar seu sonho da casa própria e, com isso, o setor de construção financiada teve um aumento enorme na procura. Isso se deve ao desejo das pessoas de personalizarem sua moradia e à opção de ter uma casa mais espaçosa", conta.

O empresário acredita nos incentivos do governo, através da Caixa. A promessa é de pelo menos mais 10% de crédito imobiliário com recursos da poupança, através do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).