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Camilo proíbe festas de Carnaval e cancela ponto facultativo
Economia

Camilo proíbe festas de Carnaval e cancela ponto facultativo

| DECRETO | O governador anunciou ontem, 8, que Carnaval não terá ponto facultativo. Será proposta a abertura do comércio, serviços e indústria no período
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Camilo Santana é potencial candidato a senador em 2022, abrindo espaço ao PDT, partido de Ciro (Foto: JÚLIO CAESAR)
Foto: JÚLIO CAESAR Camilo Santana é potencial candidato a senador em 2022, abrindo espaço ao PDT, partido de Ciro

O governador Camilo Santana (PT) anunciou ontem, 8, que Carnaval será dia útil. Decreto que deve ser publicado hoje definirá o cancelamento de ponto facultativo nos dias 15 e 16 de fevereiro, 2ª e 3ª feira de Carnaval. Será proibido qualquer tipo de festa ou evento comemorativo de Carnaval, em ambiente aberto ou fechado, público ou particular.

Com prorrogação até o dia 31 de janeiro, continuam em vigor as medidas previstas no decreto de fim de ano, como a proibição de festas, shows e eventos sociais. Será proposta a abertura do comércio, serviços e indústria durante os dias de Carnaval. Camilo informou que será feito plano de apoio ao Setor de Eventos. "Um dos grandes afetados pela pandemia, equipes do Governo e PMF estarão se reunindo na 2ª feira (11) com o setor a fim de desenvolver um Plano de Apoio, principalmente dos pequenos negócios", disse, em publicação nas redes sociais.

Além disso, os órgãos de fiscalização do Estado e Prefeitura de Fortaleza (PMF) se reunirão na próxima segunda-feira, 11, para intensificar as ações de fiscalização, "principalmente nas áreas com maior incidência de casos".

O governador informou ainda que esteve em conversa com o Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, nesta sexta, para tratar sobre a quantidade de vacinas para o Ceará e o cronograma para o estado. "O ministro informou que até o final deste mês poderá estar iniciando a vacinação nos grupos prioritários. Seguimos firmes na luta para salvar vidas e proteger os irmãos e irmãs cearenses", disse.

As medidas foram aprovadas pelo Comitê formado pelo Governo do Estado, PMF, Tribunal de Justiça, Assembleia Legislativa, Ministério Público Estadual e Federal, e as equipes de Saúde.

Não obstante tais medidas para evitar aumento do contágio, o secretário da Saúde do Ceará, Dr. Cabeto, afirmou que não há necessidade de um novo lockdown (bloqueio total) de atividades no Estado. O titular da Secretaria da Saúde (Sesa) defendeu que o momento é de manter as restrições para festas e eventos em locais abertos e fechados, além de evitar aglomerações e dar seguimento às medidas de proteção sanitária individual.

"O Ceará vive neste momento um cenário diferente de outros estados. Nós temos aumento de número de casos sem repercussão maior no número de óbitos, principalmente em Fortaleze e ainda mais evidente em algumas regiões como a regional II, em bairros como Meireles, Papicu e Aldeota e na regional VI", comenta Dr. Cabeto em vídeo divulgado pela Sesa.

Ele pediu a colaboração da população para manter o isolamento social a fim de evitar necessidade de ampliar as restrições. "No Ceará, não há necessidade de estabelecer lockdown. Entendemos que é adequado manter restrições para festas em ambiente fechado ou aberto, evitar aglomerações e manter atividades econômicas", diz. Ele frisou que as ações de contenção determinadas em decreto precisam ser aplicadas de acordo com o perfil de novos casos.

O secretário pontuou ainda maior preocupação com a população abaixo de 50 anos, que neste momento da pandemia representa 50% dos novos confirmados. "As grandes aglomerações têm acontecido em bares, restaurantes no período noturno, em festas muitas vezes clandestinas. Esse não é um comportamento adequado para quem quer que o Ceará continue a manter sua economia vigente", avalia Cabeto.

De acordo com o titular da Saúde no Ceará, o Estado já está pronto para o plano de vacinação contra a Covid-19. "Nunca é demais lembrar o povo cearense em aderir à vacinação. O plano nacional de imunização prevê que até o fim de fevereiro teremos o primeiro grupo prioritário de idosos acima de 75 anos e profissionais de saúde vacinados. Se houver produção maior de vacinas, já temos insumos adequados", afirma.

O Ceará já conta com quase 8 milhões de seringas, Equipamentos de Proteção de Individual (EPIs) para aplicadores e plano de logística para distribuição do imunizante. O Estado também dispõe de refrigeradores prontos para armazenar as doses. (Colaborou Matheus Facundo)

 

Butantan e Fiocruz pedem à Anvisa aval para vacinas

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recebeu ontem, 8, os dois primeiros pedidos de uso emergencial de vacina contra a Covid-19. Os pedidos foram feitos pelo Instituto Butantan, relativo ao uso da Coronavac, e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), relativo ao imunizante desenvolvido pela Universidade de Oxford em parceria com o laboratório AstraZeneca. A agência estima que levará até 10 dias para avaliar os pedidos.

Sem detalhar dados, o Butantan afirma que a Coronavac tem eficácia de 78% para evitar casos leves e de 100% para quadros moderados e graves. O Ministério da Saúde pretende comprar 100 milhões de doses em 2021, ou seja, toda a produção do instituto.

Os testes clínicos da Coronavac no Brasil foram realizados com 12.476 voluntários, todos profissionais de saúde, em 16 centros de pesquisa. De acordo com Dimas Covas, diretor do Butantan, foram registrados 218 casos de Covid-19 entre os voluntários, dos quais cerca de 160 ocorreram no grupo que recebeu placebo e pouco menos de 60, entre os vacinados. Considerando esses dados, o índice bruto de eficácia seria de 63%.

A agência afirma que usará as primeiras 24 horas de análise para "fazer uma triagem do processo e checar se todos os documentos necessários estão disponíveis". "Se houver informação importante faltando, a Anvisa pode pausar o prazo e solicitar as informações adicionais ao laboratório."

O imunizante da Fiocruz é a principal aposta do Governo Federal. A fundação deseja distribuir, ainda em janeiro, 2 milhões de doses prontas, vindas de fábrica indiana. O produto foi comprado por R$ 59,4 milhões no momento em que o Governo Federal é pressionado para antecipar o calendário de vacinação no Brasil. O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, aponta o dia 20 deste mês como data mais otimista para começar a vacinação.

A Fiocruz receberá em janeiro insumo farmacêutico para completar a fabricação de cerca de 100 milhões de imunizantes deste modelo. A ideia é que as primeiras unidades sejam liberadas em fevereiro. No segundo semestre, a Fiocruz diz que irá realizar todo o processo de fabricação de outras 110 milhões de doses.

A falta de transparência sobre os dados desta vacina, porém, gerou críticas na comunidade científica. Um erro de dosagem levou a dois resultados de eficácia do produto: 62% quando aplicada em um regime de duas doses completas e 90% com meia dose seguida de outra completa. Há ainda dúvidas sobre os resultados para pessoas acima de 55 anos. (Agência Estado)

 

FORTALEZA, CE, Brasil. 06.01.2022: Hospitais voltam a registrar lotações em razão do aumento de casos de COVID-19. Na foto: Hospital Estadual Leonardo Da Vinci. (Fotos: Deisa Garcez/Especial para O Povo)
FORTALEZA, CE, Brasil. 06.01.2022: Hospitais voltam a registrar lotações em razão do aumento de casos de COVID-19. Na foto: Hospital Estadual Leonardo Da Vinci. (Fotos: Deisa Garcez/Especial para O Povo)

Covid-19: média móvel de casos em Fortaleza reduz, mas secretaria diz que há atraso nos resultados

A média móvel de casos de Covid-19 em Fortaleza nesta sexta-feira, 8, (80,3 casos) é 76% menor do que a registrada há duas semanas. A média móvel de óbitos dos últimos sete dias (3,9) também apresenta decréscimo. A taxa é 5% menor em comparação à mensurada quatorze dias atrás (4,1). A Secretaria Municipal da Saúda (SMS) explica, contudo, que a redução dos indicadores reflete "retardo na liberação de resultados e, principalmente, o menor número de coletas devido aos feriados natalino e de passagem do ano".

Por isso, na análise da pasta, a desaceleração dos números identificada a partir de meados de dezembro não reflete a real tendência epidemiológica da Covid-19 em Fortaleza. A proporção de amostras (RT-PCR) que deram positivo para o coronavírus foi de 22,4% entre os dias 28 de dezembro e 7 de janeiro de 2021. Os dados são de exames analisadas pelos laboratórios que apoiam a rede pública, Lacen-CE e Fiocruz. Segundo boletim da SMS publicado nesta sexta-feira, 8, o patamar de positividade indica importante circulação viral na Capital.

O documento destaca a faixa etária da maioria dos indivíduos acometidos em recrudescimento de casos iniciado no início do mês de outubro. "A segunda onda do ciclo epidêmico cresceu a partir de cadeias de transmissão iniciadas entre jovens dos bairros mais favorecidos do município. Atualmente, há o risco de se dispersar para outras áreas da cidade. A menor mortalidade observada agora relaciona-se em alguma medida à maior contaminação de jovens, cujo risco de complicações é substancialmente reduzido", explica. 

Transmissão espaço-temporal dos casos 

 

A secretaria realizou georreferenciamento de casos confirmados a partir do endereço dos pacientes. Análise espaço-temporal de 3.871 casos registrados em outubro indica um cluster (aglomerados de casos) limitado pelos bairros Dionísio Torres e Joaquim Távora, ocupando praticamente toda área da Aldeota e do Meireles e estendendo-se ainda para o Mucuripe, Varjota, Papicu, Cocó e Cidade 2000. Nesse mês, 55% dos casos eram pacientes com menos de 50 anos, dos quais 47% estavam na faixa etária de 20-39 anos. Apenas 18% eram idosos.

O grande aglomerado de casos detectado nos bairros de muito alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) principalmente Meireles e Aldeota persiste. Em dezembro, há aumento significativo em relação ao mês anterior: 8.316 casos foram georreferenciados. No entanto, já há maior dispersão para as áreas periféricas, com cluster delimitado no bairro Prefeito José Walter. 

Em dezembro, a localização de 5.977 casos indica dispersão importante para outras áreas da cidade, principalmente das Regionais IV e VI. O perfil etário segue quase inalterado com a maioria de pacientes adultos: 47% de 20-39 anos e 31% de 40-59 anos. 

 

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