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Reforma tributária: proposta sem coordenação nacional
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Colunista de Economia, Neila Fontenele já foi editora da área e atualmente ancora o programa O POVO Economia da rádio O POVO/CBN e CBN Cariri.

Reforma tributária: proposta sem coordenação nacional

Proposta de reforma tributária desagrada secretários estaduais de Fazenda
Presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil Presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL)

O Governo Federal tem conseguido subir em todos os rankings de brigas desnecessárias. Uma delas está na condução da proposta de reforma tributária. O tema é retirado da gaveta no Congresso Nacional de tempos em tempos. Desta vez, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), tem defendido o fatiamento das propostas para facilitar sua aprovação.

Esse tipo de condução, entretanto, já desagradou os secretários de Fazenda dos estados. Através de carta, o Comsefaz (Comitê Nacional dos Secretários de Fazenda dos Estados e do Distrito Federal) reclamou da proposta que traz alterações legais restritas apenas a determinados tributos (PIS/Cofins), substituindo-os por uma Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS).

A postura foi entendida como o resultado de um distanciamento maior dos entes federativos e dos interesses da sociedade. Ou seja, o governo novamente se afasta do papel de coordenador nacional de mudanças, dificultando a aprovação de uma possível reforma que retire os entraves ao desenvolvimento do País.

Deputado José Guimarães (PT-CE)
Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil
Deputado José Guimarães (PT-CE)

Projeto 

PROPOSTA SUSPENDE JUROS

O deputado federal José Guimarães (PT-CE), vice-líder da Minoria na Câmara, apresentou o Projeto de Lei 1548/2021, que pretende suspender a cobrança de juros, multas e demais encargos do cheque especial e do cartão de crédito até o fim do ano, em função do impacto da Covid-19. A proposta é de que as cobranças sejam retomadas em 2022, com parcelamento entre 36 e 60 meses.

O projeto contempla pessoas físicas e jurídicas, microempresas ou empresas de pequeno porte, na tentativa de atenuar as perdas financeiras.

Cobrança

EMPRESA SUECA NO CEARÁ

O número de empresas de cobrança cresce em Fortaleza. Com a elevação da inadimplência na cidade, mais escritórios entram na disputa pela recuperação de crédito. Quem chega agora ao mercado é a companhia sueca Intrum, que já tem R$ 2 bilhões em dívidas sob administração no Brasil. A companhia iniciou suas operações no Nordeste por Fortaleza, e pretende expandir os negócios na região.

Mercado 1

UNICÓRNIO OU CAMELO?

Com o cenário brasileiro de incertezas, startups com potencial para se transformarem em unicórnios (de crescimento rápido e aportes superiores a R$ 1 bilhão) estão preferindo um caminho mais lento. Na visão de analistas, esse é o momento para os camelos (que andam devagar e com reservas para chegar ao fim da jornada, com capacidade suficiente para atravessar os desertos).

Mercado 2

TENSÃO DE CPI

Ontem, quem apresentou uma postura de camelo no mercado de ações teve mais chances de minimizar prejuízos. O Brasil realmente não é para amadores: a bolsa paulista apresentou a maior queda desde março, fechando perto das mínimas (117.630,62). O início das audiências da CPI da Covid pesaram, e as declarações do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta confirmaram o que já se sabia: as dificuldades de negociação de insumos com a China. Além disso, a fala dele apresentou novidades, como a elaboração de documento da presidência para incluir a Covid-19 na bula de indicação da cloroquina.

Mercado 3

DESESTÍMULO AOS INVESTIDORES

O mercado respira os gases tóxicos da política; isso desestimula os investidores que querem colocar seus recursos em locais onde o sono seja mais tranquilo. Vale lembrar que o Banco Central anunciará hoje as mudanças nos juros e a previsão é de elevação da taxa Selic, em função dos aumentos da inflação. Caso isso aconteça, teremos um cenário de aumento de preços de produtos básicos, dos juros e da recessão, além da pandemia.


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