
Neila Fontenele é editora-chefe e colunista do caderno Ciência & Saúde do O POVO. A jornalista também comanda um programa na rádio O POVO CBN, que vai ao ar durante os sábados e também leva o nome do caderno
Neila Fontenele é editora-chefe e colunista do caderno Ciência & Saúde do O POVO. A jornalista também comanda um programa na rádio O POVO CBN, que vai ao ar durante os sábados e também leva o nome do caderno
Essa é a última coluna de 2024, um ano marcado por questões cristalizadas: os problemas de saúde mental; o extremismo; e a dificuldade de lidar com o nosso envelhecimento.
Como dizia Simone de Beauvoir, já na década de 1970, "a velhice é o último tabu" e "velho é sempre o outro" - máximas que permanecem.
Para os envelhecentes atuais, a "velhice" parece uma circunstância a ser evitada e não o futuro para quem tem sorte de ter mais experiências. Associada ao processo de adoecimento, a velhice saudável e ativa ainda é vista como o privilégio de uma minoria, embora as estatísticas revelem as mudanças demográficas.
Conforme me alertou uma amiga octogenária, é preciso cuidado para não romantizar a velhice. A questão não é apenas biológica, com o declínio de condições cognitivas e corporais, mas também simbólica, ou seja, relativa aos significados que damos ao último ciclo da vida.
Diante disso, precisamos pensar nas formas com as quais nomeamos as pessoas mais experientes e como materializamos as leis de proteção a elas. Temos estatutos, direitos garantidos nas filas e no transporte público, mas a forma de tratamento é sempre depreciativa - "fulano está tão velho" - e a garantia dos direitos ainda está bem longe das ideais.
Pelas estatísticas da Organização Mundial da Saúde (OMS), o etarismo é uma dura realidade. Os indicadores da instituição revelam que uma em cada duas pessoas já sofreu algum tipo de discriminação por conta da idade. Portanto, não adianta fugir: precisamos tratar do assunto, antes de sermos a próxima vítima. Que venham muitos outros anos!
A antropóloga e gerontóloga Adriana Alcântara lançou o livro "Velhice, Cuidado e Cuidadora". A publicação tem, como pressuposto central, um fato inexorável: "independentemente da idade, somos seres de cuidado, da infância à velhice".
Ou seja, "o valor da vida não muda em função da dimensão cronológica". Diante disso, é preciso urgência na construção de uma cultura do cuidado numa perspectiva intergeracional. Detalhe: de forma garantida pelo Estado.
A Fortes Tecnologia tem apostado em lideranças femininas. A empresa, na qual mais de 50% dos cargos de gestão são ocupados por mulheres, lançou o projeto "Elas Transformam", em parceria com a Universidade de Fortaleza (Unifor).
O trabalho, voltado para o desenvolvimento emocional e profissional dessas lideranças, toma por base um olhar diferenciado para a saúde mental das colaboradoras, diante dos desafios específicos enfrentados, proporcionando um ambiente para o apoio mútuo, essencial para um ambiente de trabalho acolhedor e equilibrado.
O projeto foi supervisionado pela professora Marselle Fernandes, da Unifor, e pela diretora de Cultura e Gente da Fortes, Socorro Silveira, tendo sido executado por duas estagiárias de Psicologia da Unifor, Márcia Maia e pela jornalista que aqui escreve.
O curso Novos Talentos, promovido pela Fundação Demócrito Rocha em parceria com O POVO, está com inscrições abertas até o próximo dia 23. O programa capacita estudantes de Jornalismo com aulas práticas e teóricas.
O programa é atualmente o principal canal de entrada no Grupo O POVO. Para se candidatar a uma das vagas do curso, o estudante deve estar cursando a partir do 3º semestre universitário de Jornalismo em Fortaleza. As inscrições devem ser feitas pela página oficial do programa.
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