
Neila Fontenele é editora-chefe e colunista do caderno Ciência & Saúde do O POVO. A jornalista também comanda um programa na rádio O POVO CBN, que vai ao ar durante os sábados e também leva o nome do caderno
Neila Fontenele é editora-chefe e colunista do caderno Ciência & Saúde do O POVO. A jornalista também comanda um programa na rádio O POVO CBN, que vai ao ar durante os sábados e também leva o nome do caderno
A elevação no número de diagnósticos de Transtorno do Espectro Autista (TEA) tem provocado uma inversão na pirâmide de gastos dos planos de saúde. Diferentemente do passado, quando a população com mais de 59 anos normalmente apresentava maiores índices de sinistralidade (relação entre custos assistenciais como internações, consultas e exames, e a receita da operadora), agora o indicador está mais concentrado em pessoas com idade entre zero e 18 anos.
É importante ressaltar os dados do Censo Demográfico 2022 do IBGE, que apontam para um contingente de 126 mil pessoas com TEA no Ceará. Esses diagnósticos impõem um acompanhamento terapêutico multidisciplinar prolongado e contínuo, o que tem levado os planos a recalcular os seus custos.
De fato, o crescimento dos diagnósticos é preocupante para as famílias e a sociedade em geral, exigindo cuidados diferenciados e adaptação de todas as atividades (escola, trabalho etc.). No entanto, há indícios de que algo incomum esteja ocorrendo e que precisa ser investigado.
Apesar da discussão sobre sinistralidade, quem completar 59 anos de idade continuará a "ganhar um presentinho" dos planos de saúde, com um aumento considerável nos boletos de pagamento. Para as operadoras, essa é uma questão da Agência Nacional de Saúde (ANS), em função da mudança na pirâmide etária. Certamente, isso não será feito pelas empresas por iniciativa própria, cabendo aos clientes a articulação política necessária.
O tratamento do mieloma múltiplo, um tipo de câncer no sangue, alcançou novos avanços. Ontem, a Johnson & Johnson anunciou dados de acompanhamento de longo prazo de um estudo, demonstrando que 33% dos pacientes com a doença recidivada ou refratária, tratados com cilta-cel — uma terapia gênica à base de CAR-T Cell sob o nome comercial Carvykti, da Janssen-Cilag (farmacêutica da multinacional) — alcançaram sobrevida de cinco anos ou mais com uma única infusão e sem nenhuma terapia de manutenção.
Apesar da discussão sobre sinistralidade, quem completar 59 anos de idade continuará a "ganhar um presentinho" dos planos de saúde, com um aumento considerável nos boletos de pagamento. Para as operadoras, essa é uma questão da Agência Nacional de Saúde (ANS), em função da mudança na pirâmide etária. Certamente, isso não será feito pelas empresas por iniciativa própria, cabendo aos clientes a articulação política necessária.
Esse novo tratamento é extremamente individualizado, utilizando células T geneticamente modificadas. O medicamento foi apresentado na ASCO 2025, evento anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica e um dos maiores congressos médicos do mundo, e logo em seguida em uma coletiva online no Brasil.
O País é o quarto no mundo a ter acesso ao tratamento, que já conta com a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Apesar disso, ainda há resistência da rede privada para o seu uso, e não há regulamentação para a aplicação desse tipo de infusão através do Sistema Único de Saúde (SUS).
Ontem, durante a apresentação do tratamento para a imprensa, o médico hematologista Edvan Crusoe (UFBA) mostrou a incidência da doença no Brasil. Embora seja raro em comparação a outros tipos de câncer, o mieloma é considerado bastante agressivo, provocando anemia profunda, problemas renais e degeneração óssea.
O novo tratamento utiliza as próprias células do paciente e, segundo o médico Ângelo Maiolino (UFRJ/ABHH), quanto mais precocemente for utilizada a medicação, melhores serão os resultados. Apesar disso, ainda há grande discussão com os planos de saúde para a inclusão desse tipo de medicamento.
Em suma: mais um embate entre custo e eficiência...
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