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Eleição de Trump aumenta risco às democracias
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Plínio Bortolotti integra do Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).

Eleição de Trump aumenta risco às democracias

O presidente eleito continua violento, mentiroso, ofensivo contra mulheres e imigrantes, e avisou que usará a estrutura do Estado para perseguir adversários, que ele considera inimigos. Agora, o condenado pela Justiça terá arquivado os demais processos que correm contra ele

Setenta e três por cento dos eleitores americanos acreditam que a democracia está em perigo nos Estados Unidos, ante 25% que a veem como segura. O resultado foi colhido em pesquisa de boca de urna realizada pela Edison Research — e divulgada pela agência de notícias Reuters.

Se a democracia é um valor importante para os americanos, por que elegeram Donald Trump, um candidato ditador, que despreza os valores democráticos e ataca violentamente suas instituições?

O Trump de agora é a versão piorada do sujeito que, ao perder a eleição para Joe Biden em 2020, recusou-se a deixar a Casa Branca, incentivando o ataque de 6 de janeiro ao Capitólio, sede do Congresso dos Estados Unidos.

Ele continua violento, mentiroso, ofensivo contra mulheres e imigrantes, e avisou que usará a estrutura do Estado para perseguir adversários, que ele considera inimigos. Agora, o condenado pela Justiça terá arquivado os demais processos que correm contra ele.

Uma das possíveis explicações para a eleição de Trump é que as necessidades urgentes das pessoas ficam acima de quaisquer outras considerações. “Para que serve a democracia, se eu não consigo dar uma vida decente para a minha família?”, deve ser o pensamento que transita pela cabeça das pessoas.

Assim, a economia voltou ao seu patamar de importância (se é que um dia perdeu), ficando em segundo plano temas relativos ao comportamento, além do cansaço com o excesso do “politicamente correto” e pautas identitárias. Como acontece com os partidos de esquerda no Brasil, os democratas perderam a conexão com os setores empobrecidos da população, que preferiram Trump.

Mas o fato é que a economia vai relativamente bem nos EUA, segundo especialistas, com inflação controlada, taxa de desemprego baixa, salários em crescimento e bolsa de valores subindo. Porém, os preços se mantêm altos, incomodando os americanos, pois as contas não fecham no fim do mês.

E, enquanto a democracia não dá respostas à aflição dos despossuídos, a extrema direita ameaça, em todo o mundo.

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