Os Estados Unidos querem Bolsonaro na eleição de 2026
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Plínio Bortolotti integra do Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).
Os Estados Unidos querem Bolsonaro na eleição de 2026
"Derrubem (o processo contra Bolsonaro) que nós derrubamos as tarifas", diz Steve Bannon, ex-estrategista-chefe da Casa Branca (primeiro mandato de Trump) e atualmente conselheiro do presidente
Foto: WIN MCNAMEE / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / GETTY IMAGES VIA AFP
Steve Bannon, cercado por guarda-costas, chega para se entregar no FBI Washington Field Office nesta segunda, 15 de novembro de 2021 em Washington, DC
Em artigo que escrevi logo após o fim da cúpula do Brics, anotei que os ataques do presidente Donald Trump ao Brasil (antes de aumentar a taxa de importação para 50%) tinham dois objetivos.
O primeiro era livrar o aliado Jair Bolsonaro dos processos que correm contra ele no Supremo Tribunal Federal (STF). E, o segundo, seria atingir o Brics, devido à sua proposta de se apresentar como alternativa de governança do Sul Global, proposta vista pela Casa Branca como contrária aos interesses americanos. No entanto, dei mais peso à investida contra o Brics,
Mas, frente aos fatos, é preciso ajustar essa análise.
Vê-se agora que o propósito maior de Trump é exclusivamente político, a economia, uma desculpa. O propósito principal é evitar que Bolsonaro seja preso, viabilizando-o como candidato da extrema direita nas eleições de 2026.
Isso pode ser conferido nas palavras dos próprios bolsonarista, começando por Steve Bannon,
Em declaração à coluna da jornalista Mariana Sanches (Uol), ele afirmou: “Derrubem o caso (o processo contra Bolsonaro, que nós derrubamos as tarifas”. Bannon é destacado militante do MAGA, ex-estrategista-chefe da Casa Branca (primeiro mandato de Trump), e atualmente conselheiro do presidente.
Vejam como a banda toca (desafinada)
Eduardo Bolsonaro - deputado federal licenciado para conspirar contra o Brasil nos EUA.
Divulgou vídeo afirmando que é responsabilidade do Congresso liderar o movimento a favor de Bolsonaro, “começando com uma anistia ampla, geral e irrestrita". (Leia-se: garantir a impunidade para o golpista). Exigiu também a “responsabilização dos agentes públicos que abusaram do poder”. (Leia-se Alexandre de Moraes).
E ameaçou: "Sem essas medidas urgentes, a situação tende a se agravar, especialmente para certos indivíduos e seus sustentadores. (Leia-se, vingança contra todos os que os Bolsonaros consideram inimigos)
Flávio Bolsonaro - Senador (PL-SP)
Em entrevista à CNN também defendeu anistia para o pai, recomendando capitulação irrestrita a Donald Trump: “Essa situação tem que ser encarada como uma negociação de guerra sim, em que nós não estamos em condições normais, de exigir nada do Trump. Ele vai fazer o que ele quiser, independentemente da nossa vontade”.
E ameaçador: “Cabe a nós termos a responsabilidade de evitar que caiam duas bombas atômicas aqui no Brasil para depois anunciarmos que vamos fazer anistia”.
Economia, a desculpa
Visto assim, parece óbvio que será impossível limitar a discussão a aspectos “econômicos” do problema. A questão é eminentemente política, e deve demorar a ser resolvida.
Trump e os bolsonaristas não estão interessados em tarifas, mas livrar, Bolsonaro da cadeia para viabilizá-lo como candidato da extrema direita em 2026.
Se isso acontecer (vade retro), o Centrão vai abandonar suas veleidades democráticas e cair (mais uma vez) no colo do candidato a ditador.
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