Plínio Bortolotti integra do Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).
Os mecanismos de distribuição de comida, controlados pelo governo de Israel, "são armadilha mortal sádica: os atiradores abrem fogo aleatoriamente contra a multidão como se recebessem uma licença para matar", segundo denúncia de agência da ONU
Foto: OMAR AL-QATTAA/afp
Hidaya, a 31-year-old Palestinian mother, cradles her sick 18-month-old son Mohammed al-Mutawaq, who is also displaying signs of malnutrition, inside their tent at the Al-Shati refugee camp, west of Gaza City, on July 24, 2025. More than 100 aid organisations and human rights groups warned on July 23, that "mass starvation" was spreading in Gaza, as the United States said its top envoy was heading to Europe for talks on a possible ceasefire and aid corridor. (Photo by Omar AL-QATTAA / AFP)
Que nome dar, senão genocídio e limpeza étnica, aos crimes que o governo de Israelcomete contra o povo palestino? Se esses nomes são inadequados, será preciso encontrar outros, porém mais duros.
Além da matança indiscriminada em Gaza, com tiros e bombas do exército israelense endereçados para atingir tudo o que se move, mais uma ferramenta se junta ao arsenal de Benjamin Netanyahu: a brutalidade da fome como arma de guerra.
Um massacre vem se repetindo nas últimas semanas, quando pessoas famintas tentam obter alimentos, distribuídos pela Fundação Humanitária de Gaza (FHG), gerida pelos Estados Unidos e Israel. A ONU e organizações humanitárias independentes criticam a falta de neutralidade da fundação e os riscos aos civis que buscam ajuda nos locais controlados por ela.
De acordo com a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos, mais de mil pessoas famintas foram mortas, desde o final de maio. “Os mecanismos de distribuição da FHG são uma armadilha mortal sádica: os atiradores abrem fogo aleatoriamente contra a multidão como se recebessem uma licença para matar”, denuncia agência da ONU.
No entanto, mesmo sob esse terror, os palestinos têm de correr o risco, pois não há outra fonte para conseguir alimentos. A FGH assumiu 400 pontos de ajuda administrados pela ONU. Nessa contabilidade macabra somam-se 127 mortes causadas pela fome nos últimos dias, 85 delas crianças, segundo o Ministério de Saúde Palestino.
A reação do mundo frente a essa tragédia humanitária fica muito abaixo do que se deveria esperar de nações civilizadas. Porém, mesmo tradicionais amigos ocidentais, forma-se um consenso que Israel foi longe demais.
Em uma carta conjunta, antigos aliados chamaram a atenção do país hebreu: “A negação da ajuda humanitária essencial à população civil por parte do governo israelense é inaceitável. Israel precisa cumprir suas obrigações de acordo com o direito humanitário internacional", escreveram.
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