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"Milicianos do submundo" recebem dura resposta do STF
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Plínio Bortolotti integra do Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).

"Milicianos do submundo" recebem dura resposta do STF

Os ministros mandaram à favas a formalidade, o contorcionismo verbal, os eufemismos e os trololós. É a fala que a delinquência, quero dizer "essa laia" entende
Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) (Foto: Fellipe Sampaio/STF)
Foto: Fellipe Sampaio/STF Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)

A abertura dos trabalhos do segundo semestre no Supremo Tribunal Federal tornou-se uma sessão de desagravo ao ministro Alexandre de Moraes, pelos ataques que vêm sofrendo da família Bolsonaro e dos Estados Unidos.

Durante a sessão, os ministros fizeram muito bem em abandonar a linguagem formal e nomear as coisas pelo que as coisas são. O plenário nunca deve ter ouvido tantas palavras do calibre das que estão expostas abaixo, com direção certa.

“Covarde”.

“Milicianos do submundo do crime”.

“Organização criminosa”.

“Laia”.

“Lesa-pátria”.

“Pseudopatriotas”.

“Organização miliciana”.

“Traidores da pátria”.

Esses foram os vocábulos convocados pelos ministros ao abordarem a ameaça dos Estados Unidos de intervir nas instituições brasileiras, com a luxuosa ajuda dos Bolsonaros. Os ministros mandaram à favas a formalidade, o contorcionismo verbal, os eufemismos e os trololós. É a fala que a delinquência, quero dizer “essa laia” entende.

Nomes a quem os “elogios” foram endereçados foram pouco citados. Mas os entendedores entenderão, nem é preciso lembrar a família Bolsonaro.

Em seu discurso, Moraes comparou os que trabalham nos Estados Unidos pela taxação do Brasil (alô Eduardo), com os golpistas de 8 de janeiro de 2023. “O modus operandi é o mesmo”, disse ele. Segundo o ministro, o incentivo à taxação pode levar a uma “crise econômica, que gera crise social, que gera crise política, para que novamente haja instabilidade social e a possibilidade de um novo ataque golpista”.

Essa modesta coluna já assinalou por diversas vezes que o elemento vital da extrema direita é o caos. São organismos que morrem em ambientes controlados de temperatura e pressão. Essas caras não são “loucos” como muita gente pensa. Eles sabem exatamente o que fazem. Mas o truque fica cada vez mais exposto.

Se o STF deu a resposta adequada aos golpistas e ao patrão deles, Donald Trump, ainda falta aos presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB) e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP) tomarem uma atitude mais firme.

Nem a ameaça de sanção que receberam do colega Eduardo Bolsonaro (PL-SP), os incentivou a se mexerem. Limitam-se a lançar notinhas inócuas, algumas em redes sociais, apenas para marcar o ponto. Coragem, nobres parlamentares.

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