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Bolsonaristas promovem um show de horrores
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Plínio Bortolotti integra do Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).

Bolsonaristas promovem um show de horrores

Motta fez um discurso frouxo, saindo da sessão desmoralizado. Das duas uma: ou ele é pequeno para a cadeira que ocupa ou a cadeira é grande demais para ele
Juliana Zanatta levou filha de quatro meses para o plenário (Foto: Reprodução/Instagram Juliana Zanatta)
Foto: Reprodução/Instagram Juliana Zanatta Juliana Zanatta levou filha de quatro meses para o plenário

A sessão desta quarta-feira à noite, na Câmara dos Deputados, foi um verdadeiro show de horrores, patrocinado pelos bolsonaristas e seus aliados.

Depois de sequestrarem o plenário e a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados e do Senado por duas noites, os baderneiros pediram um resgate para devolver as duas Casas ao seu verdadeiro proprietário: o povo brasileiro.

O preço do resgate era o seguinte: anistiar o ex-presidente Jair Bolsonaro e demais golpistas e o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Uma espécie de continuidade do golpe de 8 de janeiro de 2023.

Ou seja, querem impor uma pauta ao Congresso restrita aos interesses da família Bolsonaro, enquanto assuntos que favorecem de milhões de brasileiros estão na fila de urgências, como a isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil.

Ao marcar a sessão de ontem à noite (6/8/2025), Motta talvez tenha pensado que restasse um mínimo de civilidade aos bolsonaristas, apesar da violência de seus métodos.

Deu-se mal.

Marcada para começar às 8h30min, a sessão começou cerca de três horas depois, pois os bolsonaristas impediam fisicamente os trabalhos ocupando a mesa diretora.

Nesse confronto, a oposição não poupou nem mesmo as crianças. A deputada Júlia Zanatta (PL-SC) levou sua filha de quatro meses, confessando que usaria a menina em um possível confronto. Escreveu ela em uma rede social:

“Os que estão atacando minha bebê não estão preocupados com a integridade da criança (...) eles querem é INVIABILIZAR o exercício profissional de uma MULHER usando SIM uma criança como escudo. Canalhas”. (Ela também sentou-se na cadeira do presidente, segurando a filha.)

Quando Hugo Mota entrou no plenário, a sua cadeira continuava ocupada, agora pelo deputado Marcel van Hattem (Novo-RS), que resistiu a devolvê-la.

Ao conseguir sentar-se, Motta foi cercado por deputados da oposição, que se postaram atrás dele, na área destinada à mesa. O presidente pediu várias vezes para desocuparem o lugar, mas os invasores fizeram ouvidos de mercador.

Motta fez um discurso frouxo, saindo da sessão desmoralizado. Das duas uma: ou ele é pequeno para a cadeira que ocupa ou a cadeira é grande demais para ele.

É preciso reconhecer que a extrema direita obteve uma vitória, porém usando métodos violentos. Vamos ver se Motta e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP) acordam para a realidade de que não é possível acordos com esse tipo de gente, pois eles são inimigos da democracia. E que a única alternativa é enfrentá-los com altivez e firmeza, do lado certo da história 

Foto do Plínio Bortolotti

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