Plínio Bortolotti integra o Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).
Rejeição da sociedade vai mandar a PEC da Bandidagem para a lata de lixo
Foto: Reprodução/ Insatgram @anitta/ @caetanoveloso
342 Artes, coletivo de artistas que se unem em prol de pautas políticas, lidera campanha contra PEC da Blindagem
A PEC da Bandidagem levou um tranco tão grande dos brasileiros que a blindagem começou a trincar, pelo jeito sem possibilidade de conserto.
O impacto foi violento que surpreendeu até os mais céticos, que não acreditavam que a Câmara dos Deputados tivesse a ousadia de ir tão longe. Isto é, chegar ao ponto de aprovar uma medida que transformaria o Poder Legislativo em um valhacouto de marginais, uma trincheira do crime organizado.
Pois os deputados confirmaram a má qualidade da atual legislatura ao aprovarem a PEC da Bandidagem em “regime de urgência”, mas pode chamar também de modo “correria”: às escondidas, na calada da noite, ligeiro-bala para não dar tempo a ninguém de pensar ou reagir.
Mas desta vez a manobra não passou impune e a desfaçatez provocou a ira popular. Foi o estopim para a mobilização nas redes sociais, como é comum nesses tempos de "militância sentada". Mas as plataformas têm a vantagem de tomar instantaneamente o "pulso" da sociedade.
É massacrante a maioria dos que se manifestam contra a PEC da Blindagem. Segundo pesquisa Quaest, divulgada no sábado (20/9), 83% de todas as menções coletadas são críticas a dar um salvo-conduto generalizado aos parlamentares.
Quando uma proposta chega a esse nível de rejeição virtual, acontecem dois fenômenos. Primeiro, os deputados que votaram a favor da proposta começam vir a público na tentativa de se explicarem. E isso ocorreu com deputados à direita e à esquerda. As explicações são muitas, mas o estrago já está feito.
Logo começaram a correr pelas redes sociais os nomes que aprovaram a proposta. A avalanche é tão grande que — para o bem e para o mal — soterraram qualquer justificativa. As listas que circulam pelas redes são a versão digital dos antigos “outdoors” que eram espalhados nas cidades para expor parlamentares.
O segundo efeito, é que as manifestações virtuais maciças transbordam para o mundo real — e podem levar milhares de pessoas às ruas, como acontece neste domingo (21/9/2025).
O fato é que a barbárie será brecada no Senado e irá para a lata do lixo. Nem digo para a “lata de lixo da história” porque vivemos tempos estranhos. Desse Congresso pode-se esperar tudo, inclusive aparecer algum “representante do povo” insistindo com uma versão “light” da PEC da Bandidagem.
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