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Flávio convoca o "Senhor dos Exércitos" para atuar em uma "guerra espiritual"
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Plínio Bortolotti integra o Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).

Flávio convoca o "Senhor dos Exércitos" para atuar em uma "guerra espiritual"

O senador apela a um Deus que comanda tanto os exércitos celestiais quanto os terrenos, portanto, com poder para intervir em conflitos e guerras
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Flávio Bolsonaro, senador, em vigília contra a prisão preventiva do pai (Foto: Flávio Bolsonaro/Instagram)
Foto: Flávio Bolsonaro/Instagram Flávio Bolsonaro, senador, em vigília contra a prisão preventiva do pai

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), usando a velha tática de afirmar alguma coisa que depois pode ser desdita, fez uma convocação explícita a uma guerra ao marcar uma vigília para, supostamente, “orar” pela saúde do pai.

O chamado foi feito na sexta-feira antes de ser decretada a prisão de Jair Bolsonaro, mas a convocação foi mantida após o ex-presidente ter sido encaminhado a uma cela na sede da Polícia Federal (PF), em Brasília.

Em uma rede social, Flávio invocou o “Senhor dos Exércitos” para a campanha em defesa de Bolsonaro, afirmando haver uma “guerra espiritual” em curso no Brasil. Mas o fato é que existe um segmento evangélico que apela ao “Senhor dos Exércitos”, citado no Antigo Testamento. Um Deus que comanda tanto os exércitos celestiais quanto os terrenos, portanto, com poder para intervir em guerras e conflitos.

Ou seja, apesar de afirmar que as manifestações que ele convoca são “pacíficas”, subliminarmente, o “apito de cachorro” é acionado.

Para o advogado criminalista Jaime Fusco, o chamamento de Flávio à guerra não é tão disfarçado assim: “O deputado e filho, herdeiro do clã bolsonarista, faz uma exortação explícita de guerra. Ele faz um chamamento e uma convocação pública a um exército, ele chama soldados a lutarem”. (Entrevista à CNN, 22/11/2025).

Portanto, a “vigília” não poderia ser considerada apenas um inocente ato de “oração”. Conhecendo-se o estrago que Bolsonaro fez em sua tornozeleira eletrônica, havia um contexto mais do que justificado para que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, mandasse prender preventivamente Jair Bolsonaro, pedido feito pela Polícia Federal com a concordância da Procuradoria Geral da República.

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