Agora, falta Ciro convidar Bolsonaro para tomar guaraná Jesus
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Sou jornalista de formação. Tenho o privilégio de ter uma vida marcada pela leitura e pela escrita. Foi a única coisa que eu fiz na vida até o momento. Claro, além de criar meus três filhos. Trabalhei como repórter, editora de algumas áreas do O POVO, editei livros de literatura, fiz um mestrado em Literatura na Universidade Federal do Ceará (UFC). Sigo aprendendo sempre. É o que importa pra mim
Agora, falta Ciro convidar Bolsonaro para tomar guaraná Jesus
A trajetória política do ex-governador Ciro Gomes (PDT) parece sedimentar o caminho que agora o leva ao reduto dos bolsonaristas no Ceará. A bem da verdade, ser e agir como um democrata ou mesmo defender a democracia nunca pareceu ser um aspecto muito forte no político cearense
Foto: Daniel Galber - Especial para O Povo
CIRO Gomes (PDT) com deputados de oposição na Assembleia Legislativa do Ceará
Nas últimas semanas, o assunto político que mais tem chamado minha atenção é a movimentação do ex-governador Ciro Gomes rumo à direita extrema bolsonarista. Para mim, não há nisso novidade alguma. A bem da verdade, nunca achei Ciro Gomes um democrata.
Suas falas e posições, a forma como tem transformado ex-aliados políticos em inimigos ferrenhos em longo da vida pública, o jeito como defende suas propostas políticas sem diálogo com quer que seja como se estivesse acima de todas as pessoas em termos morais, políticos e éticos sempre me pareceram autoritários.
Passando em revista sua trajetória política rumo ao Palácio do Planalto nos últimos 20 anos, o cearense acumulou derrotas contínuas ao mesmo tempo que se tornava um homem-bomba-verbal amealhando processos na Justiça por dizer impropriedades de toda sorte. Todas as suas últimas pretensões políticas terminaram em nada ou em briga, inclusive com familiares.
Sempre estranhei que um homem com tamanha capacidade intelectual não ocupasse cargos relevantes na iniciativa privada nem na gestão pública ou no ensino superior, onde certamente poderia dar alguma contribuição.
Lembro-me de que quando escrevi que Ciro Gomes era apenas um “tipo Bolsonaro que havia ido a Harvard”, uma leitora me mandou uma mensagem lamentando que eu havia “extrapolado” e colocar Ciro Gomes numa relação de semelhança com Bolsonaro era algo “tão improvável que soava injusto “. Imagine que depois de eu escrever isso, Ciro Gomes foi novamente candidato a presidente, em 2022, teve uma votação ridícula em nível nacional e local, mas no segundo turno, optou de novo por lavar a mãos e ficar em silêncio.
Bolsonaro também silenciou após a derrota, embora sua mudez em público contrastasse com o que fazia no privado, costurando um golpe, tentando convencer o entorno a continuar no poder, até ir embora para os Estados Unidos para não passar a faixa presidencial.
Agora, parece que ninguém mais vê erro nisso, alguns acham que a trama foi uma “chameiller”, um plano que não vingou e que ninguém precisa responder por nada. Quando leio defensores dessa ideia, a maioria homens bens postos em colunas renomadas de jornalões, fico pensando como o autoengano é algo potente.
Ver Ciro Gomes se alinhando ao tipo de gente que atende pelo bolsonarismo no Ceará, engordando a oposição e confirmando seu desejo de vingança a qualquer preço do grupo político em poder no Estado é só mais um passo que ele dá para estar exatamente onde sempre desejou.
Sua caminhada política recente não o levaria a nenhum outro lugar. Agora, vamos esperar Bolsonaro e Ciro juntos, tomando guaraná Jesus no Beco do Cotovelo, em Sobral. A próxima parada seria o Arco do Triunfo sobralense onde os dois diriam que são “a esperança de libertação” para o Ceará e o Brasil.
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