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As Eleições 2024 começaram, respeitem as mulheres!
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Sara Oliveira é repórter especial de Cidades do jornal O Povo há 10 anos, com mais de 15 anos de experiência na editoria de Cotidiano/Cidades nos cargos de repórter e editora. Pós-graduada em assessoria de comunicação, estudante de Pedagogia e interessadíssima em temas relacionados a políticas públicas. Uma mulher de 40 anos que teve a experiência de viver em Londres por dois anos, se tornou mãe do Léo (8) e do Cadu (5), e segue apaixonada por praia e pelas descobertas da vida materna e feminina em meio à tanta desigualdade.

Sara Oliveira comportamento

As Eleições 2024 começaram, respeitem as mulheres!

Não importa o partido - nem a intenção - falas como a do deputado federal Danilo Forte (União Brasil), em que ele diz que uma prefeita "rodou bolsinha" com políticos não deviam mais ser aceitas
Tipo Opinião

Não há pudor, respeito e nem medo de cancelamento. Parece não haver sequer o mínimo conhecimento sobre o que os tantos órgãos que atuam no processo eleitoral do Ceará batem na tecla: não à violência política de gênero. Não importa o partido - nem a intenção - falas como a do deputado federal Danilo Forte (União Brasil), em que ele diz que uma prefeita “rodou bolsinha” com políticos não deviam mais ser aceitas. As Eleições 2024 começaram, respeitem as mulheres!

“A prefeita foi a maior traíra que eu já conheci na minha vida política, ela rodou a bolsinha com vários deputados federais aqui no Itapajé”, disse o parlamentar para milhares de eleitores durante evento de apoio a uma pré-candidatura no Município. Há poucos meses, com plateia diferente, agora nas redes sociais, Ciro Gomes disse que a senadora Janaína Farias (PT) “negociava o harém” do ex-governador do Ceará, Camilo Santana (PT).

A disputa eleitoral começou, com mais mulheres ocupando o espaço nas chapas prefeituráveis. Dentro da lógica cruel e misógina dos ataques que a busca por votos faz aparecer, essas mulheres serão cada vez mais alvo do discurso de ódio e violência. As narrativas que saem da boca de homens notoriamente respeitados pela sociedade - haja vista que ocupam ou já ocuparam cargos públicos - tendem a diminuir essas mulheres, insultar seus corpos, questionar sua moral e suas capacidades intelectual e política.

Como quando os vereadores Lúcio Bruno (PDT) e Adail Júnior (PDT), ao defenderem outros dois políticos, compararam Jade Romero (PT) a “menino de recado”, após ela fazer uma crítica a uma estratégia política. Um discurso naturalizado que tem sempre o mesmo objetivo: desumanizar um gênero. E que por ser naturalizado acaba se fincando em diferentes esferas sociais e políticas, dando espaço para que a violência de gênero seja cometida sem o mínimo receio de penalização. Mais uma vez.

A poucos dias de a Lei Maria da Penha fazer 18 anos, um dos seus grandes desafios é concretizar a efetivação da inclusão de conteúdos sobre a Lei e sobre a violência contra a mulher nas escolas. Para que se tenha, no presente e no futuro, políticos que saibam como é importante a equidade de gênero para a política, que tenham a exata noção de como respeitar a dignidade da pessoa humana com perspectiva de gênero, raça e etnia é fundamental para a nação brasileira.

Até lá, os diferentes dispositivos, pastas, órgãos, organizações, tribunais e afins que atuam no processo eleitoral precisam desempenhar seus papeis de forma mais efetiva e direta. Capacitações, campanhas, informações, discussões, prioridades, canais de denúncia e, principalmente, penalização para aqueles que cometerem violência política de gênero.

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