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Vamos falar sobre sexualidade feminina
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Sara Oliveira é repórter especial de Cidades do O Povo há 10 anos, com mais de 15 anos de experiência na editoria de Cotidiano/Cidades nos cargos de repórter e editora. Pós-graduada em assessoria de comunicação, estudante de Pedagogia e interessadíssima em temas relacionados a políticas públicas. Uma mulher de 40 anos que teve a experiência de viver em Londres por dois anos, se tornou mãe do Léo (8) e do Cadu (5), e segue apaixonada por praia e pelas descobertas da vida materna e feminina em meio à tanta desigualdade

Sara Oliveira comportamento

Vamos falar sobre sexualidade feminina

Como tem sido seu prazer? Já sentiu orgasmo? Sabe o que é? Com parceiros ou parceiras? Sozinha? Do que não gosta? Do que gosta? Do que tem vergonha? Menage? Já se masturbou? O clitóris, conhece?
Mulher segurando rosa nas mãos para visualização do sistema reprodutivo
 (Foto: Freep!k)
Foto: Freep!k Mulher segurando rosa nas mãos para visualização do sistema reprodutivo

Por quanto e tanto foi dito às mulheres que o sexo não deveria ser prazer, mas procriação, obrigação, algo sobre o qual não se deve falar. Quantas meninas perderam a virgindade de forma atrapalhada, dolorosa e machista. Sem chance de saber que ali começaria um dos caminhos mais merecedores de descobertas. Falar sobre a sexualidade feminina ainda é tabu. E precisa ser quebrado.

Taí um bom tema a ser discutido mais abertamente no Dia Internacional da Mulher. Como tem sido seu prazer? Já sentiu orgasmo? Sabe o que é? Com parceiros ou parceiras? Sozinha? Do que não gosta? Do que gosta? Do que tem vergonha? Menage? Já se masturbou? E o clitóris, conhece?

São perguntas que todas as mulheres deveriam responder, um checklist básico sobre a sua própria sexualidade. Mas que infelizmente muitas ainda têm medo de fazê-las a si mesmas, aos seus companheiros ou familiares. Não se fala sobre as preferências de sexo das mulheres.

Pelo contrário, muitas são obrigadas apenas a entender sobre o modus operandi e preferências sexuais dos homens: é instinto, cuidado para não despertá-lo; você é que precisa se proteger, se engravidar a culpa é sua; ele é homem; “guarde suas cabras porque o bode está solto”.

A sexualidade dos órgãos femininos começa cedo, ali na menininha roçando na bicicleta e gostando do movimento. Ter noção de que aquela sensação da criança é natural é a melhor forma de não precisar explicar a ela, ainda, o que aquilo significa.

E quando for necessário, quando corpo e tempo mostrarem que a puberdade chegou, que as mulheres consigam ter a oportunidade de se conhecer, saber o que poderão sentir, os prazeres e as sensações que só o próprio corpo proporciona.

O autoconhecimento feminino, o prazer e o protagonismo estão presentes não só no sexo, mas em diferentes esferas da vida. A pouca intimidade consigo mesma passa por questões estéticas impostas de um corpo perfeito, por pouco acesso à educação sexual, e pela não compreensão de que sexualidade também está ligada a fatores sociais, emocionais, culturais e religiosos.

Experimente, se toque, deseje, ouse. Vamos falar sobre a sexualidade feminina!

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