Logo O POVO+
2022: o ano da confiança
Foto de Tânia Alves
clique para exibir bio do colunista

Tânia Alves é formada em jornalismo pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Começou no O PCeará e Política. Foi ombudsman do ornal por três mandatos (2015, 2016 e 2017). Atualmente, é coordenadora de Jornalismo..

2022: o ano da confiança

2021 trouxe para nós aquilo mais pedido em 2020: a vacina. 2022 chegará com a confiança de quem ainda demandará muitas lutas, mas será o início para minar as energias ruins daqueles que bebem na fonte do medo, da força, do egoísmo, da insolência e do constrangimento
Tipo Crônica
Pôr do sol da janela em 2021 (Foto: Tânia Alves)
Foto: Tânia Alves Pôr do sol da janela em 2021

Este ano de 2021 que chega ao fim não amanheceu suave como desejei. Teve uma lenta agonia de sofrimentos pelos muitos que se foram tragados por uma pandemia que parece não ter fim. Deixaram saudades que a gente nunca mais vai apagar. Ficamos por aqui carregando as boas lembranças como forma de sobreviver. Afinal, vida é assim todos os dias. Com dor e alegrias, ganhos e perdas, fé e dúvida. A gente é que insiste em não prestar atenção.


Quando o final de dezembro chega, bom mesmo é falar de ganhos. 2021 trouxe para nós aquilo mais pedido em 2020: a vacina. Por aqui, ela atrasou chegar pelas dificuldades criadas por quem tem o coração de pedra. Veio pela insistência e coragem de muitos que a defenderam, brigaram e provaram a segurança do uso dela para o controle da pandemia.


De início, a sonhada dose chegou para os nossos avós que eram levados para as filas dos drive-thru por filhos ou netos sorridentes, que faziam questão de agradecer e celebrar a novidade em selfies que inundaram as redes sociais de alegria. Depois, para nossos pais, para nós, para nossos filhos acima de 12 anos.

Olho para janeiro, fevereiro e março passados e penso na esperança que uma injeção nos deu e como ela parecia distante por aqueles dias. Mas virou realidade a despeito das muitas lutas contrárias.


A vacina no braço foi o momento de celebração para florescer 2021. Foi por ela que voltaram os abraços (ainda que tímidos), os encontros, os piqueniques nos parques, a praia molhando os pés, o encontro com os colegas na escola, as celebrações de fé nas igrejas. Ainda é pouco. Temos um longo caminho a percorrer, pois o vírus continua entre nós e a Ômicron provou que enquanto o mundo não disponibilizar vacinas para todos sempre haverá alguma variante solta.


A profusão de disposição e alegria que veio com a imunização causou ciumeira nos que insistem em impor o jeito arrogante, violento e sombrio de ver a vida. Em vários momentos de 2021, a gente se deixou levar por isso, e também foi na onda da energia que eles carregam. E isto não é bom, pois fortalece o monstro que bebe na fonte do medo, da força bruta, do egoísmo, do fanatismo e da insolência. A maioria de nós não é assim.


Sonho com um 2022 diferente. Será o tempo em que a gente vai minar essa energia ruim para que, devagarzinho, ela vá se dissipando e a gente consiga levá-la para onde nunca deveria ter escapado: o escondido do mundo (que não sei e nem quero saber onde fica). Ainda temos que enfrentar as tristezas de uma provável terceira onda, da luta para vacinar as crianças e de momentos ruins que nem sei imaginar. Mas isso é só mesmo a travessia de nossas vidas para um ano novo mais suave e da confiança.



Foto do Tânia Alves

Ôpa! Tenho mais informações pra você. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.

O que você achou desse conteúdo?