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Como abrir janelas
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Tânia Alves é formada em jornalismo pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Começou no O PCeará e Política. Foi ombudsman do ornal por três mandatos (2015, 2016 e 2017). Atualmente, é coordenadora de Jornalismo..

Como abrir janelas

Aquele movimento de olhar a Lua no meio do trabalho foi uma janela que se abriu num dia corrido. Tomar a decisão de ir olhar a céu, feitos tolos e ingênuos, foi um acerto
Superlua em 14/6/2022, na Praia de Iracema (Foto: Aurelio Alves)
Foto: Aurelio Alves Superlua em 14/6/2022, na Praia de Iracema

Por esses dias, na boca da noite de um dia normal de expediente, um colega passa no corredor da redação e pergunta: "Vocês já foram lá fora olhar a Lua? Ela tá linda". Era um daqueles eventos raros e que a gente chama de Lua Azul, de Sangue ou Superlua. A gente já sabe que estará esplêndida. Paramos, eu e mais dois colegas, o trabalho por um momento. Fomos para a entrada do jardim. E lá estava Ela, distribuindo luz como só os astros são capazes. Rimos os três bobos olhando para o céu, sem necessidade de conversar sobre aquilo. Era sentir e voltar para o nosso trabalho: escrever, ler textos e editar como tem sido todos os dias.

Aquele movimento no meio do trabalho talvez não tenha durado cinco minutos, mas foi uma janela que se abriu num dia corrido. Paramos para enxergar a Lua mesmo com tempo para entregar a reportagem, horário para fechar página ou pressa para publicar o texto no on-line. Tomar a decisão de ir olhar a céu, feitos tolos e ingênuos, foi um acerto.

São estes momentos simples que dão sentido ao nosso viver. Pode ser a Lua que está bonita, pode ser o Sol, que deixa as nuvens coloridas no nascente ao raiar do dia; ou Ele se pondo, colorindo o céu de laranja, como aconteceu em junho deste ano. Podem ser as flores do jambo transformadas em coração pelos caminhos ou uma mesa posta com carinho para receber os amigos. Ou um beijo, um abraço, a conversa em torno do café comprado por cota de cada um para ser compartilhado.

Lua cheia em julho de 2022
Foto: Tânia Alves
Lua cheia em julho de 2022


São momentos assim que ficarão na memória e serão repassados para os filhos, netos ou amigos mais novos. Eles serão transmitidos em momentos felizes em meio a gargalhadas. Quem souber escutar, aprenderá o benefício de parar e olhar para o que realmente importa.

Tenho certeza que se deu assim com o amigo que avisou sobre a Lua naquele dia. Com ele aprendi, ao longo dos dois últimos anos, a olhar para fora em busca da Lua. Quando a gente estava no pior momento, o rapaz sempre avisava quando Ela estava cheia, surgindo no horizonte. Mesmo naqueles momentos, a Lua nunca deixou de aparecer exuberante, formosa e perfeita. Olhar para o céu naqueles dias foi mais uma janela a se abrir.

 

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