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A alma de junho: Tempo de olhar para o céu
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Tânia Alves é formada em jornalismo pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Começou no O PCeará e Política. Foi ombudsman do ornal por três mandatos (2015, 2016 e 2017). Atualmente, é coordenadora de Jornalismo..

A alma de junho: Tempo de olhar para o céu

Junho tem essa alma meio moleque de dançar rebolando as saias, jogando os chapéus para cima, gritando algo sobre chuva em alusão à colheita cheia de fartura, fazendo roda e criando energia da força que vem das mãos segurando uma nas outras
Quadrilhas juninas em junho (Foto: Thaís Mesquita)
Foto: Thaís Mesquita Quadrilhas juninas em junho

É sempre bom falar de junho. O mês tem um espírito que se concretiza nas festas juninas e na espera das férias que se aproximam. Neste período, as essências se unem no aperreio das provas de fim de semestre com o gosto das comidinhas feita de milho, no forró de Luiz Gonzaga que todos os anos manda a gente “olhar para o céu, pois ele está lindo”.

Junho é sempre bonito. No meu mundo, ele reúne o ventinho que sopra mostrando que o inverno se foi, mas ainda mantém a paisagem verdinha nas estradas, o amanhecer permanece coberto de orvalho e a madrugada pede lençol para cobrir a frieza que brota do cimento de casa para dentro das redes.

Junho tem essa alma meio moleque de dançar rebolando as saias, jogando os chapéus para cima, gritando algo sobre chuva em alusão à colheita cheia de fartura, fazendo roda criando energia do bem querer na força que vem das mãos, olhando nos olhos "para iluminar corações". Os terreiros ficam alegres com a fumaça que vem das fogueiras, deixando o ar turvo e se juntando com os enfeites das bandeirinhas coloridas que cortam o céu formando desenhos arrumados pela criatividade humana.

É uma herança que vem de longe e chegou aos nossos dias cheia de brilho e glamour; em espetáculos ensaiados exaustivamente por jovens que vivem o presente com intensidade, criando vínculo pelo amor que nasce “nas noites de São João”. A dança em conjunto em passos sincronizados se modificou ao longo dos tempos, mas nunca deixou de criar luminosidade nos olhos de adultos e de crianças. É isso que faz com que a festa permaneça até hoje.

Junho também tem sol bonito, praia com água mais quente, encontros com os amigos nos aniversários, muita roupa xadrez e comidinhas à base de pratinhos, que Fortaleza tomou para si como a última invenção para o período.

Queria retratar o espírito de junho. Achei difícil escrever sobre aquilo que toma conta da gente neste mês. Mas no 2023 de retomada da vida a passos mais acelerados, fiquei pensando na imagem que viralizou do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, "segurando" a Lua, captada pelo fotógrafo Leonardo Sens. Quis acreditar que aquilo só foi possível porque estamos em junho. Este mês de Santo Antônio, São João e São Pedro que leva a gente a cantar mais e a dançar transbordando felicidade.

 

 

Foto do Tânia Alves

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