
Vertical é a coluna de notas e informações exclusivas do O POVO sobre Política, Economia e Cidades. É editada pelo jornalista Carlos Mazza
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O partido Novo lançará na próxima sexta-feira, 11, o general Guilherme Teophilo a uma das vagas do Ceará no Senado Federal pelo Ceará, em evento no Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado do Ceará (Sindipostos).
Ventilado para a cadeira que atualmente pertence ao senador Eduardo Girão (Novo), Theophilo foi candidato ao Governo do Ceará em 2018, mas foi derrotado pelos 75,16% dos votos do ex-governador Camilo Santana ainda no primeiro turno.
Durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Guilherme Theophilo foi secretário nacional de Segurança Pública.
Trama golpista
O general também é irmão de Estevam Theophilo, general da reserva e ex-chefe do Comando de Operações Terrestres (COTER) do Exército Brasileiro. Estevam é um dos réus no Supremo Tribunal Federal por suposto envolvimento com trama golpista do 8 de janeiro. O irmão íntegra o 'núcleo 3', julgado por ações táticas para inviabilizar a posse do presidente eleito Lula (PT) e o vice Geraldo Alckmin (PSB).
Em entrevista à Vertical, o presidente do Novo Ceará, Erick Paiva (Novo), diz não haver impasses entre o parentesco com o réu para o cenário eleitoral do próximo ano. “É natural que qualquer candidato que se opõe ao PT pegue uma pesta de fascista, de golpista", afirma.
O presidente do Novo complementa: “Eu conheço pessoalmente o general. O que aconteceu com o irmão dele não tem nada a ver com a pessoa do general (...) Ele não tem relações com o governo Bolsonaro desde 2019. Então, a gente tá muito tranquilo com relação a isso”.
Atualmente, figuras de oposição como André Fernandes (PL) e Capitão Wagner (União) defendem a unidade sobre os nomes para o pleito de 2026. O Partido Liberal já chegou a anunciar o nome de Alcides Fernandes (PL) para a vaga na Casa Alta de Brasília. Além desses, o ex-prefeito e ex-pedetista Roberto Claudio (sem partido) é uma das opções do grupo ao governo.
O posicionamento do Novo, por sua vez, ainda é incerto, mas presidente garante diálogo com bloco. “Nós iremos conversar com todo mundo daqueles grupos políticos que estão dentro ainda do PDT, PSDB, Podemos, Avante, Cidadania, União Brasil, desde que queiram fazer oposição ao governo do PT ano que vem”, ressalta.
O dirigente ainda pontuou a dificuldade de articulação com figuras como Ciro Gomes (PDT) e Roberto Claudio. “O Ciro Gomes, com todo respeito à figura e a trajetória política dele, bem como Roberto Cláudio,naturalmente, não são pessoas que estavam dentro do campo da direita (...) Não podemos esquecer que Ciro Gomes foi uma pessoa que praticamente deixou o Bolsonaro inelegível com a situação dentro ainda do PDT”, relembra.
Tanto a recente pré-candidatura de Theophilo quanto a de Eduardo Girão – ao Governo Estadual – permanecem no páreo da oposição para 2026, conforme Paiva.
“A gente tem o nosso candidato ao governo trabalhado (...) Não podemos dividir candidaturas, mas precisamos colocar o nome. E o Senado da mesma forma. O Senado, inclusive, é algo que não precisa retirar a candidatura de ninguém”, diz. Quanto ao nome de Alcides, o líder do Novo argumenta: “Ele continuaria sendo um candidato dentro do campo da direita e ele poderia facilmente sair ao lado do general Guilherme Theophilo, porque a gente vota em dois senadores”.
Com candidatura, Theophilo tentará dar continuidade ao mandato do atual senador Girão. O senador já descartou a possibilidade de tentar reeleição.
por Camila Maia - Especial para O POVO
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