
Vertical é a coluna de notas e informações exclusivas do O POVO sobre Política, Economia e Cidades. É editada pelo jornalista Carlos Mazza
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O Partido dos Trabalhadores anunciou nesta segunda-feira, 7, a vitória de Antonio Carlos (PT) para presidência do PT Fortaleza, com 78% dos votos. O ex-deputado estadual disputou juntamente a vereadora Mariana Lacerda (PT), com 1.499 votos, e Eudes Ibiapina, com 219.
A apuração segue em andamento aos níveis estadual e nacional. A expectativa, no entanto, é que sejam confirmados no comando Conin Filho (Ceará) e Edinho Silva (PT Nacional), em articulação que aproximou grupos do deputado José Guimarães (PT) e do ministro Camilo Santana (PT).
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O vencedor da presidência municipal de Fortaleza diz ter recebido o resultado “com muita alegria e muita satisfação”. “Eu acho que é um momento muito especial de afirmação do nosso partido, na nossa luta contra a extrema-direita, na consolidação dos nossos projetos no Brasil, no Ceará e em Fortaleza. Foi uma votação significativa, mais de 8 mil filiados e filiadas compareceram”, diz Antônio Carlos.
Analisando o cenário de 2026, ele continua: “Esse partido vai fazer o debate, vai participar e vai colaborar para que nas eleições do ano vem, o partido tenha um excelente resultado, reelegendo os nossos projetos, aumentando as nossas bancadas nos parlamentos e fortalecendo as nossas lutas”, declara o vencedor da dirigência municipal do PT”.
Integrantes do Campo de Esquerda, grupo liderado pela deputada federal Luizianne Lins (PT) e responsável pela candidatura de Adriana Almeida (PT) e Mari Lacerda (PT), argumentam que houve um aumento massivo de filiações para impactar o resultado do PED, com apoio de agentes externos ao partido. No Ceará, até 28 de fevereiro deste ano, data limite para participação de recém-chegados no PED, houve 39 mil filiações no PT, sendo 15 mil apenas em Fortaleza.
A tese é apresentada, inclusive, por Mariana Lacerda. “Esse resultado para gente não é uma novidade, já esperávamos. Durante todo o processo da campanha, nós falamos que houve um processo de filiação em massa com interferência externa ao partido. Isso se confirmou durante ontem, nós percebemos isso durante todo o dia. Então, os números não nos surpreendem”, destaca a postulante.
A vereadora informa que houve um processo de contestação do número de filiações, mas que o grupo não entrou com recurso no prazo permitido. “Não cabia agora na eleição. O nosso foco agora é olhar para o encontro estadual, para o encontro nacional e seguir levando as nossas pautas para esse momento”, diz
Além dos novos filiados, a parlamentar destaca o conjunto de alianças que envolveu a vitória local do Campo Popular. “Tinha uma grande estrutura que envolve prefeito, governador, ministro, campos históricos do PT enormes contra nós”, argumenta.
Apesar do resultado, a parlamentar ressalta satisfação pelo número de votos atingidos. “Nós fizemos 1499 votos, fruto de uma militância que acredita no PT, a qual quer que o PT esteja mais próximo dos movimentos sociais, das lutas sociais e que confiam no trabalho do Campo de Esquerda, confia no meu trabalho, no da vereadora Adriana Almeida e no da deputada federal Luizanne Lins”, defende.
As eleições do Partido dos Trabalhadores no Ceará tiveram como principais representantes os Campos Popular, Democrático e de Esquerda. Os dois primeiros, por sua vez, tem como representantes o deputado federal José Guimarães (PT) e aliados ao Governador Elmano de Freitas e ao ministro Camilo Santana (PT), respectivamente.
Os dois campos majoritários unificaram o nome de Conin para a disputa ao PT Ceará. Já o Campo de Esquerda optou pela candidatura própria da vereadora Adriana Almeida.
Sem unidade total entre os grupos, integrantes avaliam cenário como “natural” do partido. “Faz parte da história do PT, da democracia interna. O ideal era que nós tivéssemos a unidade interna de uma chapa única. Não foi possível, mas para nós é página virada e trabalhar agora para consolidar os nossos projetos nacional, estadual e municipal”, diz deputado Acrísio Sena (PT), do Campo Popular.
“O PT hoje é um partido de massas, um partido com um projeto nacional e, no Estado de Ceará, é uma referência. Isso tem atraído muitos filiados, muitos participantes sem o crescimento é inevitável do PT”, argumenta também sobre as críticas aos novos filiados.
por Camila Maia - Especial para O POVO
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