Vertical é a coluna de notas e informações exclusivas do O POVO sobre Política, Economia e Cidades. É editada pelo jornalista Carlos Mazza
          Vertical é a coluna de notas e informações exclusivas do O POVO sobre Política, Economia e Cidades. É editada pelo jornalista Carlos Mazza
            A Câmara Municipal realiza nesta segunda-feira, 3, a primeira audiência pública de discussão sobre o projeto de lei que promove a revisão do Plano Diretor de Fortaleza. Com auditório lotado, o evento foi marcado pela defesa de pontos aprovados no mês passado pela Conferência da Cidade, incluindo maior volume de áreas ambientais.
A região da Floresta do Aeroporto, incluída integralmente como Zona de Preservação Ambiental (ZPA) no projeto aprovado na conferência, também foi dos temas mais defendidos nos debates. Durante as discussões, movimentos chegaram a aplaudir a medida e a estender faixas cobrando "respeito" de vereadores sobre a medida.
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O evento contou com participação do superintendente do Instituto de Planejamento e Pesquisa de Fortaleza (Ipplan), Artur Bruno (PT), e de técnicos do órgão, que responderam perguntas de representantes da sociedade civil no evento. Antes do evento, Bruno elogiou o projeto do Plano Diretor e destacou grau elevado de participação popular da proposta.
“Eu diria que esse plano, que vai ser deliberado e melhorado pela Câmara Municipal, é o mais inovador, o mais democrático e o mais progressista da história de Fortaleza. E digo isso como professor de história, que conhece um pouquinho da história de Fortaleza. Desde o Silva Paulet, que em 1818 fez o primeiro estudo sobre a cidade, temos o instrumento mais avançado de planejamento territorial de Fortaleza”, afirma.
Neste sentido, o superintendente destaca pontos como o aumento em 18% de ZPAs no município, assim como o grande aumento de instrumentos de proteção ao patrimônio cultural e de Zonas Especiais de Interesse Social (Zeis), que foram de 45 para 87. “Todas as grandes lutas dos ambientalistas dos últimos anos foram incorporadas nesse Plano”, diz, destacando que o projeto está em debate desde 2022, sendo realizadas oito audiências públicas só durante a atual gestão.
Presidente da Câmara Municipal, o vereador Leo Couto (PSB) destacou que o projeto será agora prioridade total na Casa, com criação de uma comissão técnica especial para esclarecer dúvidas de vereadores. “A palavra agora é equilíbrio, com questões ambientais, com o desenvolvimento habitacional e social, mas também com o empresariado que gera empregados na nossa cidade”, afirma.
No primeiro bloco de discussão aberto ao público, forma muitas as falas em defesa da preservação da ZPA do Aeroporto, com direito a gritos e aplausos dos movimentos. Outros pontos questionados foram o impacto de intervenções urbanas na temperatura da cidade e pontos do documento que facilitariam a especulação imobiliárias em trechos da zona costeira de Fortaleza.
Em um momento do debate, o relator do Plano, Bruno Mesquita (PSD), acabou se ausentando por cerca de 40 minutos do auditório, sendo convocado aos gritos pela população. “Cadê o relator, cadê o relator”, repetiam, em gritos, os representantes. Presidente da Comissão Especial do Plano, Benigno Júnior (Republicanos) afirmou que o vereador precisou se ausentar por conta de atendimentos na Presidência da Casa. "Não veio hoje pra agradar o construtor", responderam movimentos.
Veja momento da cobrança:
Em um momento do debate, o relator do Plano, Bruno Mesquita (PSD), acabou se ausentando por cerca de 40 minutos do auditório, sendo convocado aos gritos pela população. “Cadê o relator”, repetiam, em gritos, os representantes. pic.twitter.com/gc7rdToYUV
— Carlos Mazza (@CCMazza) November 3, 2025
Presente no evento, Adriana Gerônimo (Psol) cobrou que a Casa realize mais encontros para debater o projeto. "Esse não é o melhor dia nem o melhor horário para vender uma falsa participação popular (...) uma única audiência não vai ser suficiente", destaca. (colaborou Camila Maia - Especial para O POVO)
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