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MP garante pensão vitalícia a crianças com microcefalia decorrente do zika
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MP garante pensão vitalícia a crianças com microcefalia decorrente do zika

O benefício será concedido a quem nasceu entre 2015 e 2018 e cuja família receba o Benefício de Prestação Continuada. 3,1 mil crianças estão no perfil
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O presidente Jair Bolsonaro assinou nesta quarta-feira, 4, a Medida Provisória que institui pensão especial vitalícia para crianças com microcefalia decorrente do zika vírus, nascidas entre 2015 e 2018. O valor da pensão é de um salário mínimo.

A MP tem vigência imediata, mas precisa ser referendada pelo Congresso em até 120 dias. Segundo o governo, há 3.112 crianças com microcefalia, nascidas nesse período, que recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Famílias elegíveis, que optarem pela pensão especial, não poderão acumular os dois benefícios e deixarão de receber o BPC em caso de concessão da pensão, cujo valor também é de um salário mínimo.

A diferença é que o BPC está vinculado a uma faixa de um quarto do salário mínimo per capita de renda mensal da família. Acima disso, não é possível requerer o BPC. Dessa forma, algumas mães que conseguem emprego acabam perdendo o benefício. "As mães não podiam ter emprego porque, aumentando a renda, perderiam o benefício", disse o ministro da Cidadania, Osmar Terra.

Ele manifestou posição contrária a qualquer ampliação para além do previsto na redação original e justificou o benefício em um momento de dificuldade no orçamento do Executivo Federal pelo fato de, "neste caso", o Estado ter "falhado", não conseguindo controlar a epidemia do zika vírus.

A pensão especial deverá ser requerida no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e concedida após a realização da perícia médica que confirmará a relação entre microcefalia e o zika.

O presidente Jair Bolsonaro cobrou parlamentares, no Palácio do Planalto, a preservar a Medida Provisória (MP) que prevê pensão vitalícia de um salário mínimo para famílias de crianças com microcefalia pelo vírus zika.

A presidente da Associação Pais de Anjos da Bahia e líder da Frente Nacional na Luta pelos Direitos da Pessoa como a Síndrome Congênita do Zika, Ingrid Guimarães, ressaltou as dificuldades vividas pelas famílias com crianças nesta condição e manifestou esperar que a medida marque o começo de uma série de conquistas.

"Desejo que esta conquista seja o início. Para cuidar das crianças tivemos que nos abster da nossa vida. Essa luta não é fácil. Desejamos que esta conquista não pare por aqui. Nós cidadãos ao pagar impostos ao Estado temos que ter a retribuição nos requisitos mínimos", declarou. 

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