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Mutirão deve atender mais de 120 crianças com Síndrome do Zika
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Mutirão deve atender mais de 120 crianças com Síndrome do Zika

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GISLÂNDIA de Sousa, Everaldo Diniz e 
Artur Diniz: nova dinâmica a partir 
do diagnóstico de microcefalia  (Foto: Alex Gomes/Especial para O Povo)
Foto: Alex Gomes/Especial para O Povo GISLÂNDIA de Sousa, Everaldo Diniz e Artur Diniz: nova dinâmica a partir do diagnóstico de microcefalia

Desde que o filho veio à luz, há três anos e sete meses, Gislândia de Sousa, 41, procura fazer tudo para que o menino tenha o melhor desenvolvimento possível. Na gravidez, a então pós-graduanda em Administração e, hoje, dona de casa contraiu o zika vírus e o bebê nasceu com microcefalia. "Deixei meu emprego e a faculdade para me dedicar ao Arthur. Todo mutirão de atendimento, estamos lá. Levo o menino para tudo que é especialidade médica", conta.

Arthur será uma das 120 crianças que receberão, entre hoje e sábado, 7, consultas em 14 especialidades médicas no VII Mutirão Multidisciplinar para atendimento às crianças com Síndrome da Zika Congênita no Ceará. O Hospital de Olhos Caviver, uma Organização da Sociedade Civil (OSC), oferece consultas gratuitas, duas vezes por ano, desde 2016, na sede. O diferencial do serviço, segundo a oftalmologista Islane Verçosa, é que as crianças passam por avaliação clínica por uma equipe de voluntários de profissionais de diversas áreas. Isso permite diagnóstico e tratamento integrais.

"A síndrome, em si, já requer um tratamento multiprofissional para que a criança se desenvolva o máximo possível", aponta a médica. Um exame importante na identificação do nível de audição, o Bera (Potencial Evocado Auditivo do Tronco Encefálico, da sigla em inglês), será disponibilizado aos pacientes. "É um exame sofisticado e caro", informa. O preço médio é de R$ 2,5 mil.

As especialidades oferecidas durante os três dias de evento são oftalmologia, pediatria, genética, neurogenética, neurologia pediátrica, ortopedia, fonoaudiologia, psicologia, fisioterapia, otorrinolaringologia, odontologia, terapia ocupacional, epidemiologia e assistência social.

Segundo a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), neste ano, até 4 de setembro, o Estado não confirmou nenhum caso de microcefalia. Em 2018, houve nenhum caso confirmado de síndrome congênita associada ao vírus Zika (microcefalia) no Ceará. Desde 2015, foram confirmados 163 casos.

As ações começam às 8 horas de hoje, com atendimento preferencial às crianças vindas do Interior e de outros estados. Amanhã, 6, o foco ainda será neste mesmo público. No sábado. são atendidas as crianças que moram em Fortaleza e na Região Metropolitana, no mesmo horário.

Os voluntários são profissionais, médicos e estudantes da Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade de Fortaleza (Unifor), Centro Universitário Christus (Unichritus) e Universidade Federal do Cariri (UFCA). Divididos nos três dias, segundo a médica serão entre 40 e 50 pacientes atendidos. Outros 40 profissionais também estão cadastrados para ajudar no acolhimento dos pacientes: são advogados, engenheiros, arquitetos. Eles contribuirão com a troca de fraldas, no amparo às mães. "As mães ficam mais frágeis quando o filho tem deficiência. É uma dor muito grande e elas também precisam de cuidados", ressalta.

VII Mutirão Multidisciplinar para atendimento às crianças com Síndrome da Zika Congênita no Cerá.

Onde: Hospital de Olhos Caviver, na rua Antônio Augusto, 761 - Meireles

Outras informações: 3099 2187

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