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Polícia ainda investiga causas do desabamento do Edifício Andréa
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Polícia ainda investiga causas do desabamento do Edifício Andréa

Ontem, enquanto a Polícia Civil ouvia 21 testemunhas e analisava escombros, moradores resgatavam pertences
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APÓS RESGATE de vítimas, peritos recolheram pistas no local do desabamento  (Foto: MAURI MELO)
Foto: MAURI MELO APÓS RESGATE de vítimas, peritos recolheram pistas no local do desabamento

Não há, ainda, segundo a Polícia Civil do Ceará, prazo para a conclusão do laudo que deve avaliar as características da estrutura do Edifício Andréa. O prédio desabou na terça-feira, 15, no Dionísio Torres, em Fortaleza, e deixou nove pessoas mortas e sete feridas. O POVO acompanhou ontem, 23, parte das movimentações da investigação sobre o desabamento no 4º Distrito Policial. Até à tarde, foram ouvidas, segundo a Polícia, 21 pessoas envolvidas.

Uma dessas testemunhas era o porteiro do prédio, Francisco Rodrigues Alves, que sofreu fraturas fechadas nos braços, passou por duas cirurgias e ficou internado no hospital até o último sábado, 19, quando o Corpo de Bombeiros retirou a última vítima dos escombros.

Francisco disse que está se recuperando, mas que ainda está "meio nervoso, abatido", e que pretende, em breve, se aposentar. Além do porteiro, compareceram à delegacia ontem para depor o dono da construtora responsável pela edificação do prédio há 38 anos e o pai do estudante de arquitetura Davi Sampaio Miranda, sétima pessoa resgatada com vida.

Na manhã de ontem, pertences das vítimas do desabamento como documentos, jóias, fotografias, tablets e celulares estavam sendo resgatados no 4º DP. Os objetos foram retirados dos escombros e ficam disponíveis, lá, entre 8 horas e 17 horas.

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"Algumas coisas já vêm identificadas por terem alguma identificação em si ou sido encontradas próximas a documentos. Outras são reconhecidas pelas pessoas que moravam no prédio", explicou Jordão Santana, inspetor da delegacia. Segundo ele, somente após o reconhecimento dos bens, o delegado responsável pelo caso analisa e libera para a retirada.

À tarde, O POVO acompanhou o resgate de documentos do sobrevivente e ex-morador do sétimo andar do Edifício Andréa, Clotário Souza, 76. Uma pasta do idoso foi encontrada na última segunda-feira, 22, pela recepcionista Daniele Rodrigues, na avenida Senador Carlos Jereissati, que dá acesso ao aeroporto da Capital. A filha de Clotário, Cibele Souza, disse que ficou "chocada e aborrecida" por os documentos do pai terem ido para longe de onde o prédio desabou. Porém, "um pouco aliviada", porque, pelo menos, foram achados e entregues.

Também ontem, a Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC) liberou vias em torno do Edifício Andréa que estavam bloqueadas devido ao trabalho de retirada dos escombros. Além disso, policiais foram observados pelo O POVO vistoriando o local e fazendo marcações nos escombros restantes, para dar continuidade à investigação que apura causas e responsabilidade da tragédia. Segundo agentes da Defesa Civil que ajudavam no trabalho, as marcações servem para indicar elementos que podem ter contribuído para o desabamento, como algum escombro de viga de sustentação ou estrutura de ferro corroída ou enferrujadas. (Com informações das repórteres Gabriela Feitosa, Jullie Vieira e Luana Severo).

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