O Inquérito Policial Militar (IMP) concluiu que os policiais militares (PMs) que mataram o adolescente Mizael Fernandes da Silva, de 13 anos, agiram em legítima defesa. A investigação foi finalizada no último dia 24 de agosto.
Conforme o inquérito, a operação do Comando Tático Rural (Cotar) que resultou na morte de Mizael tinha o objetivo de capturar um foragido da Justiça.
Ainda segundo o documento, o 1º sargento Enemias Barros da Silva e o soldado Luiz Antônio de Oliveira Jucá entraram na residência onde dormia Mizael após explicar o motivo da operação e solicitar permissão para revistar a casa.
Os policiais teriam se deparado com uma pessoa na cama, de arma em punho e apontando na direção dos investigados. Nos interrogatórios, os PMs dizem que verbalizaram para Mizael largar a arma e que a ordem foi ignorada. Cada um dos investigados teria então efetuado um disparo de arma de fogo, de forma simultânea, na direção de Mizael, sendo que um o atingiu de forma fatal.
"Consta no conjunto probatório que o projétil que atingiu a vítima se perdeu no interior do quarto, pois não há qualquer elemento que demonstre ter sido encontrado pelos policiais, ou mesmo pelos proprietários do imóvel, para fins de ser utilizado em perícia ou comparação balística", diz o laudo que consta no inquérito da Polícia Militar.
O documento afirma ainda que os policiais socorreram a vítima em uma viaturas para o hospital da cidade de Chorozinho, onde morreu.
Segundo familiares do menino morto, que estavam na casa, os PMs expulsaram os moradores que assistiam TV na casa e dentro do imóvel mataram com um tiro Mizael, enquanto dormia. A tia da vítima relata ter escutado de um dos policiais: "fiz merda".
O corpo foi retirado da casa e levado em uma viatura. Antes, os PMs voltam a entrar na casa para alterar a cena do crime.