Anunciada como futura secretária-executiva do Ministério da Educação (MEC), a governadora do Ceará, Izolda Cela, evita falar em "excelência" do Estado na área, embora tenha se tornado referência nacional. A declaração foi dada na manhã desta quinta-feira, 29, em entrevista exclusiva ao O POVO.
Segundo ela, o ex-governador e senador eleito Camilo Santana (PT) foi escolhido para ministro pelo "perfil agregador, que ouve pessoas, que chama o diálogo", para além dos resultados cearenses na educação básica. Izolda será a número dois do MEC no Governo Lula.
"Eu penso que esse chamamento do presidente ao governador Camilo tem a ver com isso (sucesso da educação básica no Ceará), com esse exemplo de trabalho. Eu sempre gosto de dizer que não abro a minha boca para falar de 'resultados de excelência', mas é um resultado importante, especialmente comparado com o que éramos e com os nossos pares", analisa.
"O Ceará se projeta, mesmo com os estados mais ricos, com as regiões mais ricas, positivamente", compara ainda a governadora, que foi vice de Camilo Santana.
Já em entrevista às rádios O POVO CBN e CBN Cariri, também nessa quinta-feira, a futura secretária-executiva do MEC afirmou que uma das primeiras ações da gestão será a reestruturação das condições de gestão das universidades e institutos federais (IFs).
Izolda criticou o que classificou de "ataques" do governo Jair Bolsonaro (PL) à educação superior. "Penso que os desafios relacionados à reestruturação e à recomposição das condições de gestão das universidades e da rede de institutos federais estará na primeira linha de agenda e de atenção do ministro. Sabemos bem dos verdadeiros ataques à educação, até incompreensíveis para mim", comentou na entrevista.
Ela ressaltou que Camilo deverá se reunir com reitores e dirigentes de instituições federais logo nos primeiros dias no ministério. "Lidaremos com a realidade, e são desafios importantes relacionados ao equilíbrio fiscal. Isso vai exigir compreensão e sacrifício da parte de todos. Não podemos esperar que saia um governo e, pronto, estamos no paraíso. Claro que não. Mas diálogo, respeito, participação e engajamento isso aí, com certeza, vocês podem esperar", pontuou. (Colaborou Vítor Magalhães)