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2 dedos de prosa com o Rei da Cachorrada
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2 dedos de prosa com o Rei da Cachorrada

Músico e comediante Bruno Luze estourou nas redes sociais e passou de 2.500 seguidores a 1 milhão em 2 anos
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O Rei da Cachorrada com seus cachorros Paçocas em entrevista para O POVO. (Foto: FERNANDA BARROS)
Foto: FERNANDA BARROS O Rei da Cachorrada com seus cachorros Paçocas em entrevista para O POVO.

Sabe aquela pessoa que fica na frente das lojas atraindo clientes? É assim que o Rei da Cachorrada, Bruno Luze, começou a fazer sucesso na internet. Imitar latidos em um supermercado o transformou em um fenômeno nas redes sociais, com 1 milhão de seguidores no Instagram e 253 mil no Youtube.

Focado em dar e receber alegria, a irreverência é a marca registrada dele. Entre uma propaganda e outra, não é incomum em seus vídeos ele chamar o público para dançar no meio da rua. Luze recebeu O POVO em sua casa para contar a sua história, momentos mais marcantes e planos para o futuro.

Como você começou a carreira de humorista?
Como eu comecei? Essa pergunta é boa. Foi na pandemia. Na verdade, sou cantor, comecei cantando em casamentos e aniversários, e com projetos de banda autoral. Durante esses dois anos, descobri essa parte mais artística, espontânea, de me soltar. Foi nesse tempo que comecei a fazer show por fora, mostrar um lado meu que pensava não existir. Cheguei a precisar trocar de telefone, era tanta ligação que o aparelho esquentava. Chegavam mensagens de todo canto, até do Japão.

O que mais adora no seu trabalho?
Quando vamos para a “frente de loja” e encontramos fãs que são mais animados do que a gente, que eles vem brincar comigo de uma maneira surreal. Eu fico feliz, pois sei que há pessoas que passam por situações de depressão, gente que pensa em suicídio e com meu trabalho, que muitos podem pensar ser uma besteira, e eu vejo como alegria, levamos alegria para as pessoas. Quando alguém vem falar que um vídeo meu está motivando ela. Além da alegria de brincar e compartilhar vídeos. Dar alegria e receber em troca.

Quando você percebeu que estava conhecido?
Foi na pandemia. Meu instagram tinha 2.500 seguidores. Quando fiz o vídeo latindo no supermercado, eu pedi a Deus para fazer sucesso, mas eu não esperava que fosse desse jeito. E quando começou a “chover” gente no meu Instagram, eu pensei que algo havia acontecido. Até hoje eu brinco com a mulher (Sheila, a esposa dele), que ela começou a chorar, achando que já estávamos ricos. Estamos, agora, com 1 milhão e não estamos ricos, viu, gente? Deus é muito bom. O Instagram tem crescido cada dia mais. Sempre gostei de sair e ser do povão. Estou muito feliz com a repercussão que está acontecendo.

Qual foi seu primeiro vídeo que viralizou?
Foi em um supermercado. Tinha ido realizar um evento normal(aniversário ou casamento) e, depois, o contratante pediu para a gente fazer uma apresentação em um supermercado. E eu estava acostumado a fazer na casa das pessoas, não em um supermercado. Lá ia ser só uma horinha. Até pensei em começar sentado, porque estava com medo do que o pessoal ia achar de mim. Eu sempre fazia minhas “macacadas”, brincadeiras, mas nunca a ponto de estourar. Para minha sorte, eu fiz em pé e aquilo ali mudou minha vida. Fui eu mesmo.

Qual seu momento preferido que já aconteceu em algum trabalho?
São tantos, né?! Teve um evento, de time, eu estava cantando e tinha uma moça que queria subir no palco para dançar. Mas essa moça me pegou de um jeito, que eu fiquei com medo de cair para frente. Esse vídeo foi estourado. Essa questão da brincadeira, do pessoal se sentir feliz e se soltar… Acabamos deixando o pessoal a vontade, homem, mulher, idoso ou criança. Esses são os momentos que eu mais gosto, quando os fãs interagem comigo.

Quanto seu cachê saltou desde então?
Esse é um assunto delicado mas vou me abrir com vocês. No começo da carreira, quando eu trabalhava com banda, o cachê era baixo de R$ 100 por um show de 4 horas. Mesmo depois de estourado, o valor continuava esse. Estamos com nosso projeto e isso mudou minha vida e das pessoas à minha volta, como meu baterista. Ele recebia o mesmo cachê que eu, que era de R$ 100. Hoje não tem comparação. Consegui melhorar muito a minha vida, não só a minha mas a deles também. O Youtube também está me ajudando muito, em questão de valores, trabalho, visualizações e pagamento. É o que tem me motivado a trabalhar mais ainda.
Para ser sincero com vocês, em comparação a antes… Eu fazia 3 shows em um dia, de 4 horas cada um e chegava morto de cansaço, ganhava R$ 300. Hoje, trabalho 1 hora em uma “frente de loja”, consigo tirar por evento R$ 1.500. E consigo compartilhar isso. Hoje, tenho filho empregado comigo, meu baterista que nunca deixei de lado. Não quero que só eu cresça, mas eles também.

Já consegue viver somente disso?
Consigo. Estamos até mudando para outro rumo, para tentar conseguir área, pois é um leque de opções enorme. Hoje eu consigo cantar, fazer casamento, aniversários, ter a banda e fazer frente de loja - minha renda principal - e, agora, o Youtube, onde consigo ter visualizações, mostrar minha casa, minhas conquistas, que também me paga muito bem. E a tendência é melhorar mais ainda, que agora comprei um par de patins. Imagina? De patins no meio da rua cantando. Vai ser loucura!

Planos para o futuro?
O estúdio que estamos montando. É isso que estamos tentando melhorar, para ter vários cenários para gravar com pessoas que começaram de baixo e cresceram na vida, os patrocinadores que me apoiam desde o começo e não troquei, alguns que tenho desde o começo da minha carreira quando não tinha seguidores e gravar músicas, tenho composições, tanto gospel quanto sertaneja. Trabalhar, também, essa questão de banda, porque é meu sonho cantar para uma multidão, palco grande, banda grande e realmente me sentir um artista que você paga para ver um show lotado. Graças a Deus, meus shows nos bares (são lotados), meu amor, isso não tem preço. Mas sonho mesmo de ter um CD e DVD gravado. Tenho muita música boa, só falta uma oportunidade.

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