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Supermercados já limitam venda de produtos básicos em Fortaleza
Economia

Supermercados já limitam venda de produtos básicos em Fortaleza

| PRESSÃO NO ESTOQUE | Redes como Carrefour e Cometa exibem cartazes limitando a quantidade de produtos que podem ser comercializados por cliente
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A pressão sobre o valor dos alimentos (Foto: Luciana Pimenta)
Foto: Luciana Pimenta A pressão sobre o valor dos alimentos

Algumas das redes de supermercados de Fortaleza iniciaram a limitação de venda de produtos como arroz, feijão, óleo de soja e leite longa vida. Com preços em alta e com baixa oferta nos estoques, as empresas estão impondo limites para vendas para um mesmo cliente para controlar a distribuição.

O POVO esteve em comércios na Cidade e, no Carrefour no bairro Joaquim Távora, o cliente só pode comprar até 10 Kg de arroz. A venda de feijão (cinco unidades), óleo de soja (cinco unidades) e leite longa vida (24 unidades) também está sendo controlada. O mesmo ocorre no Cometa da avenida Oliveira Paiva, na Cidades dos Funcionários, com o arroz e o óleo de soja.

O POVO apurou que para repor os estoques, os empresários já estão fazendo pré-compra de arroz. Com isso, o valor do produto no mercado deve continuar instável até que inicie a próxima safra, no início de 2021. O mesmo acontece com a soja.

Produtos básicos da alimentação, o arroz e o feijão enfrentam altas acumuladas de 22,6% e 41%, respectivamente, no ano, segundo o IBGE. Na média, pela ordem, os produtos são comercializados a R$ 4,80 e R$ 6,50, enquanto o óleo de soja passa dos R$ 6,30.

 

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Para o presidente do Sindicato das Indústrias de Alimentação do Estado do Ceará (Sindialimentos-CE), André Siqueira, a pressão sobre os preços dos alimentos ainda é efeito da fase mais grave da pandemia, com altas na cadeia de consumo do setor desde a retomada da indústria.

"O ruim é que são produtos da cesta básica. E isso é prejudicial principalmente para as família de renda mais baixa e os aumentos já impactam muito o poder de compra", observa. André ainda cobra repressão dos órgãos de defesa dos consumidores sobre "aproveitadores" que usam o momento para aumentarem os preços mais do que o razoável.

Além do maior consumo de produtos no mercado interno, puxado pela alimentação domiciliar, a destinação de produtos para o mercado externo aumentou. A pressão sobre o preço do produto no mercado nacional também pode ser explicado pela alta exportação. No caso do arroz, o preço da saca de 50 kg deu um salto no mês, passando de R$ 73 no dia 11 a R$ 94 no fim de agosto, de acordo com boletim do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). As exportações somaram alta 98% do que em agosto de 2019.

Gustavo Bertolli, economista da Messem Investimentos, analisa que o problema é pontual "até a reorganização da oferta". "O negativo é que essa pressão inflacionária afeta diretamente a renda do consumidor".

Nesta semana, o presidente da Associação Cearense de Supermercados (Acesu), Gerardo Vieira, informou ao O POVO, que os comércios estão segurando os preços de custo para evitar mais aumentos, mas para evitar "espertalhões" que querem revender, trabalham com "estoque regulador".

O POVO também apurou que os avisos nas gôndolas do Cometa são uma ação pontual, que pode variar por loja a depender da oferta do estoque e avaliação do gerente.

Em nota, o Carrefour informa que o grupo está mobilizado "para que itens essenciais da cesta básica estejam disponíveis para os brasileiros a preços justos". A limitação serve para que as lojas possam atender ao maior número de clientes com os itens básicos em baixa no estoque.

 

A pressão sobre o valor dos alimentos
A pressão sobre o valor dos alimentos (Foto: Luciana Pimenta)


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