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Empresa quer barrar produção do buggy Fyber no Ceará por investidor alemão
Economia

Empresa quer barrar produção do buggy Fyber no Ceará por investidor alemão

Fyber Star, que entrou na Justiça, diz que investidor alemão que busca produzir o buggy no Estado comprou a réplica do carro
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Primeiro buggy da Fyber foi produzido no Ceará em 1984 (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação Primeiro buggy da Fyber foi produzido no Ceará em 1984

A Fyber Star entrou com ação na Justiça do Ceará para impedir o uso da marca e a fabricação da réplica do buggy no Estado por um investidor alemão. A informação é do empresário Nil Araújo, um dos sócios da empresa.

Segundo ele, o investidor comprou a réplica do buggy fabricada pela Peixoto Veículos Ltda, e não a marca e a homologação original Fyber, que, de acordo com Nil, pertence à Fyber Star e foi concedida pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran).

"Estamos na Justiça para proibir o uso da marca, pois o buggy da marca Peixoto usa indevidamente o adesivo Fyber, fazendo o consumidor acreditar que se trata de um buggy Fyber original", diz o empresário.

De acordo com ele, além da homologação do Detran, a empresa tem documentos do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). "Não temos nenhuma ligação com a falida empresa Fyber Indústria de Veículos S/A, que faliu em 1995, assim como a Peixoto Veículos também não tem. Porém, nós conseguimos resgatar a homologação original do Fyber, após falência da antiga empresa", afirma.

Nil Araújo informa que o buggy da Fyber Star será fabricado em São Gonçalo do Amarante, na Região Metropolitana de Fortaleza, a partir da doação de terreno com cerca de nove hectares por parte da Prefeitura da cidade. O imóvel fica localizado às margens da BR-222. A fábrica, destinada à produção de quatro modelos da marca, será financiada por um empresário mineiro com capital de investidores portugueses.

"Começamos o projeto ainda no início de 2020, mas foi paralisado por conta da pandemia do novo coronavírus. Já recebemos incentivo fiscal da Prefeitura de São Gonçalo do Amarante. A assinatura do protocolo de intenções com o então prefeito, Claudio Pinho, foi assinado em março de 2020. Nossa ideia era buscar também incentivos do Governo do Estado, por meio da Sedet (Secretaria do Desenvolvimento e Trabalho), mas o investidor alemão se antecipou", destaca o sócio da Fyber Star.

No último dia 13 - após um dia do anúncio do fechamento das fábricas da Ford no Brasil, incluindo a unidade da Troller no Ceará -, o Governo do Ceará informou que o buggy Fyber poderia voltar a ser produzido no Estado. Segundo o titular da Sedet, Maia Júnior, um investidor alemão estaria interessado em negociar a instalação de uma montadora e retomar as atividades. "Esse investidor já comprou a licença do buggy Fyber, para produzir na Alemanha. Foi uma conversa muito positiva, e ele deve marcar para vir ao Ceará se reunir comigo", disse na ocasião o secretário.

A antiga Fyber Indústria foi fundada em Fortaleza em 1974, pelos irmãos Agliberto e Rogério Farias. Em 1984 passaram a produzir o modelo Fyber 2000. Porém, a Fyber entrou em falência em 1995.

 

"Acredito que ainda vale a pena investir no Brasil"

Na semana em que um dos assuntos mais comentados foi o fim da produção de carros da Ford no Brasil e o risco de outras empresas tomarem o mesmo rumo, o presidente da General Motors América do Sul, Carlos Zarlenga, que há dois anos também ameaçou fechar operações, afirma que o tamanho do mercado brasileiro ainda é atrativo para investimentos no setor. "Acredito que ainda vale a pena investir no Brasil", diz. A GM retomou, no início do mês, o plano de aplicar R$ 10 bilhões ao longo de cinco anos anunciado em 2019 e que estava suspenso desde março, no início da pandemia da Covid-19.

Crítico do sistema tributário, que encarece o produto nacional e as exportações, o executivo ressalta que reformas precisam continuar, especialmente a tributária. Com cinco fábricas e líder de vendas no País, o grupo mudou sua estratégia de precificação em plena crise e vendas em queda acentuada, ação também adotada por outras montadoras. "Aumentamos os preços acompanhando a desvalorização do real, algo que não fazíamos há muito tempo", diz. "Acho que é uma forma de voltar à rentabilidade."

Quando questionado sobre os impactos dos reajustes nas vendas, Zarlenga afirma que não dá para saber qual foi o impacto dos aumentos ainda. "Mas nossa participação de mercado se manteve bem. No quarto trimestre, as vendas já ficaram perto do que foi em 2019, mesmo com preços bem mais altos. Bons produtos no Brasil funcionam. A Tracker, por exemplo, era 11ª no ranking de vendas no segmento de SUVs e passou a ser a número um. O cliente recompensa quando se lança carros que ele quer."

Para 2021, a aposta é que o País tenha uma indústria de 2,5 milhões a 2,8 milhões de carros, alta de 25% ou mais em relação ao ano passado. "É uma recuperação que ainda não nos leva aos números de 2019, mas é forte e tem grande oportunidade de continuar nos próximos anos."

Quanto ao anúncio da Ford de fechar suas fábricas, o executivo preferiu não se pronunciar. "Não vou comentar sobre um concorrente num momento de decisões tão difíceis." (Agência Estado)

Renault vai focar em carros de maior valor no País

O presidente mundial da Renault, Luca De Meo, disse ontem, 15, que a estratégia do grupo para os próximos cinco anos é focar na produção de veículos de maior lucratividade, ou seja, mais caros, desafio que se estende também à filial brasileira - que hoje tem o Kwid, um carro de entrada na faixa de R$ 50 mil, como o mais vendido da marca. "Vamos direcionar nosso negócio da participação de mercado para a lucratividade", afirmou.

Ao divulgar o novo plano quinquenal para o grupo, De Meo citou que o Brasil vem apresentando melhora na "qualidade do negócio" e que a matriz estuda novos produtos para a fábrica de São José dos Pinhais (PR). "Ganhar participação do mercado não é prioridade (para a filial), mas sim buscar lucratividade e dar uma contribuição maior para os negócios da companhia."

Desde o ano passado, a Renault do Brasil foi liberada da meta estabelecida em 2017 pelo então dirigente da montadora, Carlos Ghosn, em sua última visita ao País, de buscar uma fatia de 10% do mercado local. Em 2019, a marca estava perto de atingir o objetivo, ao fechar o ano com 9% de participação nas vendas de automóveis e comercias leves.

Livre da meta, no ano passado a empresa reduziu consideravelmente as vendas diretas (feitas a frotistas e locadoras a preços com baixa margem de lucro) e fechou 2020 com fatia de 6,8% do mercado, com 131,6 mil unidades vendidas, resultado com impactos também da crise provocada pela Covid-19.

A Renault deve anunciar nos próximos meses um novo plano de investimentos no País já visando a nova estrutura do grupo, que definiu plataformas conjuntas de produção com a aliança global que inclui Nissan e Mitsubishi. (Agência Estado)

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