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Ford já tem pelo menos três interessadas na marca Troller
Economia

Ford já tem pelo menos três interessadas na marca Troller

Grupo de trabalho formado por Governo do Estado, Federação das Indústrias do Ceará e Ministério da Economia se reuniu e informação foi confirmada
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Fábrica da Troller em Horizonte é responsável por mais de 470 empregos (Foto: Aurelio Alves)
Foto: Aurelio Alves Fábrica da Troller em Horizonte é responsável por mais de 470 empregos

Existem pelo menos três investidores interessados em adquirir a fábrica da Troller, em Horizonte. A informação foi confirmada ontem, 20, em reunião do grupo de trabalho formado para buscar soluções para que a planta fabril na Região Metropolitana de Fortaleza não seja encerrada. Compõem a mesa Governo do Estado, Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) e Ministério da Economia, junto de representantes dos outros estados afetados pela saída da Ford do País, São Paulo e Bahia.

O grupo de trabalho está em contato direto com a Ford e ajuda a companhia a encontrar um investidor que deseje continuar com a operação da fabricante cearense de carros off-road.

A ação foi iniciada após a Ford anunciar que pretende encerrar suas operações no Brasil, fechando imediatamente fábricas em São Paulo e Bahia e, no Ceará, até o fim do ano. Somente na planta cearense, 470 empregos estão sob risco, além da própria marca Troller, reconhecida e valorizada pelos trilheiros. No País, o impacto do fechamento das fábricas é de aproximadamente 5 mil postos de trabalho.

O titular da Secretário do Desenvolvimento Econômico e do Trabalho do Ceará (Sedet), Maia Júnior, destaca que o Estado tem trabalhado com afinco para a manutenção da operação industrial da Troller. Ele ainda afirma que, pelo tempo que a Ford tem até o encerramento das operações no Ceará, deva encontrar um parceiro interessado no negócio.

Caso o pior ocorra e a Ford não feche negócio, o secretário afirma que o Estado vai trabalhar para repor a oferta de vagas de empregos perdidas no município. "Logicamente vamos lutar com todas as nossas forças para manter os empregos da Troller. A situação menos problemática é a do Ceará, que temos quase um ano de produção, diferente do que aconteceu com São Paulo e Bahia."

E continua, afirmando: "O Ceará não é o dono da fábrica, que vai negociar, só a Ford tem condições de vender a sua propriedade. O Estado tem acompanhado para encontrar caminhos para que a Ford encontre um parceiro que continue a Troller no Ceará. A nossa preocupação é em manter a fábrica e garantir os empregos".

De acordo com o colunista do Uol, Jorge Moraes, na última semana, a Caoa estreitou conversações para adquirir a planta da Ford na Bahia. Carlos Alberto de Oliveira Andrade, chairman do grupo Caoa e maior revendedor Ford do Brasil, abriu a possibilidade de aquisição da operação onde eram fabricados os modelos Ford Ka e EcoSport.

Ele acrescenta ainda que tudo pode acontecer, mas os incentivos fiscais do regime automotivo do Nordeste, prorrogados até 2025, são atrativos importantes para a Chery, parceira do grupo Caoa no País. "Sempre tenho interesse em novos negócios, mas é preciso analisar todo o processo porque não queremos desgastar a nossa imagem. E só iremos para frente se eu sentir muita segurança", disse Carlos Alberto ao colunista.

Buggy da Fyber Star será fabricado em São Gonçalo do Amarante, na Região Metropolitana de Fortaleza, em terreno de nove hectares
Buggy da Fyber Star será fabricado em São Gonçalo do Amarante, na Região Metropolitana de Fortaleza, em terreno de nove hectares

Projeto alemão prevê investir R$ 30 mi na Fyber

Em reunião realizada ontem foram definidos os rumos para investimento alemão na produção do buggy Fyber no Ceará. Foi confirmado pelo investidor que a intenção é montar uma planta fabril em Paracuru em até 18 meses, com produção de até 1 mil veículos por ano até 2023. O investimento deve ficar entre R$ 25 milhões e R$ 30 milhões.

Segundo o titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e do Trabalho (Sedet), Maia Júnior, a ideia do empreendedor alemão é, primeiramente, alugar um espaço na cidade para iniciar a produção a partir do segundo semestre. A capacidade de produção da fábrica seria de produzir em torno de 300 veículos e empregar 50 pessoas neste primeiro momento.

Na reunião, também foi definido que a fábrica permanente deve ser construída até 2022. A projeção é que gere no primeiro ano 150 postos de trabalho.

"A Fyber é uma recuperação de uma antiga fábrica que já pertenceu ao Ceará. É uma fábrica que chegou a produzir 14 mil carros em sua história", destaca o titular da Sedet, que ainda ressalta que o projeto alemão prevê um buggy muito mais inovador do já conhecido do litoral nordestino.

Ao O POVO, o investidor alemão que realizará os investimentos, mas que preferiu deixar sua identidade em anonimato, afirma que a reunião "correu muito bem". "Temos um bom suporte de todos os departamentos necessários como economia, indústria, turismo e projetos especiais."

Ele ainda destaca que o projeto já está em execução desde outubro de 2019, sendo maturado até chegar ao momento da instalação em Paracuru. Sobre a discussão sobre a marca Fyber, diz que possui todas as garantias legais para operar.

"Quanto à discussão da marca que fique assegurado que nós possuímos todos os direitos necessários. A marca histórica Fyber que remonta a 1984 está registrada na Axxola, a empresa de investimento alemã. A classe de marca registrada inclui também veículos, como carros e buggys", afirma.
A Fyber Star, empresa cujo um dos sócios é o empresários Nil Araújo, entrou com ação na Justiça do Ceará para impedir o uso da marca e a fabricação da réplica do buggy no Estado por um investidor alemão.

Segundo ele, o investidor comprou a réplica do buggy fabricada pela Peixoto Veículos Ltda, e não a marca e a homologação original Fyber, que, de acordo com Nil, pertence à Fiber Star e foi concedida pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran).

O investimento do empreendedor alemão deve ir além da marca de buggys. Segundo Maia Júnior, ele conheceu a região de Paracuru em visitas ligadas ao turismo de aventura, mais precisamente o kitesurf, e o buggy Fyber nos passeios turísticos. Outro investimento, num hotel na região, também é estudado.

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