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BNB estuda renegociar dívidas de empresas abaladas pela pandemia até o fim de 2021
Economia

BNB estuda renegociar dívidas de empresas abaladas pela pandemia até o fim de 2021

Montante devido soma R$ 3 bi e é menos de 10% da carteira do banco, mas afeta principalmente a cadeia produtiva do turismo, segundo o presidente Romildo Rolim
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Romildo Rolim preside o BNB  (Foto: Divulgação/Banco do Nordeste)
Foto: Divulgação/Banco do Nordeste Romildo Rolim preside o BNB

Ao apresentar o balanço de 2020, o Banco do Nordeste informou que estuda renegociar as dívidas com empresas cujo funcionamento e, consequentemente, as finanças foram comprometidas pela pandemia de Covid-19 até o fim de 2021. O valor total gira em torno de R$ 3 bilhões, cuja repactuação já aconteceu ao longo do último ano e tem previsão atual de término até junho deste ano.

Sustentam o movimento de amparo aos impactados pela crise do coronavírus um um lucro líquido recorrente de R$ 1,4 bilhão (12,8% maior que o de 2019), um total de 5,1 milhões operações de crédito resultantes de R$ 40,07 bilhões de investimento e uma inadimplência de 5,1% que vem em queda nos últimos seis anos. No Ceará, foram R$ 8,39 bilhões distribuídos em 1,64 milhão de operações de crédito.

Empresas com faturamento de até R$ 16 milhões por ano, inclusive, já tem a adesão pré-aprovada à renegociação de dívidas pelo BNB, segundo ressaltou o presidente da instituição, Romildo Rolim. Para esta categoria de clientes, a prorrogação pode ser feita no site do Banco do Nordeste.

"A gente continua trabalhando, observando alguns setores, afinal não podemos exigir o pagamento se ainda não geraram receitas. Tem o exemplo da cadeia produtiva do turismo, os restaurantes, os meios de hospedagem... É muita coisa para ter a noção que ainda é ruim, porque nós temos algumas prorrogações possíveis", declarou durante a coletiva de divulgação do balanço ontem (25), na sede do BNB, no Passaré.

Todos os mencionados pelo presidente, no entanto, representam menos de 10% da carteira do Banco, hoje. Uma preocupação especial demonstrada pelo presidente foi o apoio para manter os empregos gerados por este negócio. O plano de socorro a estas empresas fez parte da estratégia do BNB desde 2020, quando R$ 3 bilhões em crédito foram lançados pelo FNE emergencial - mais um segmento atendido por recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste.

Já quando o assunto são novos desembolsos para grandes projetos, Romildo Rolim informa que estão "muito direcionados para os grandes projetos de água e saneamento na Região Nordeste". Ele refere-se às empresas que assumiram o saneamento de algumas cidades nordestinas. Já no Ceará, o foco deve ser energias renováveis.

Fonte de recursos destes projetos, o FNE desembolsou R$ 25,84 bilhões em 2020, em um movimento de expansão de 25,7% na quantidade de operações observadas no ano anterior. "Somente nos setores Rural, Industrial, Agroindustrial, Turismo e de Comércio e Serviços, foram injetados R$ 19,08 bilhões. Projetos de infraestrutura totalizaram R$ 6,63 bilhões", informa o BNB.

Tendência entre os bancos públicos, o fechamento de agências não faz parte dos planos do Banco do Nordeste para 2021, segundo afirmou Rolim. Ele destacou que o BNB não abre uma nova agência há seis anos, mas também não há planos de encerrar as atividades de algumas unidades. No momento, está focando no atendimento online dos clientes para agilizar as operações de crédito.

Outro movimento visto em pares do BNB, como o Banco do Brasil, o plano de demissão voluntária ainda não foi definido para este ano. De acordo com o presidente do Banco, a instituição costuma ter um PDV anualmente e o do ano passado ficou aquém do esperado, com 183 desligamentos enquanto se esperava 298. Para 2021, Rolim informou que uma nova rodada deve ser pensada após os resultados serem apresentados ao Ministério da Economia.

Já para este ano, o Banco do Nordeste planeja romper novamente os números de 2020, como O Povo informou em janeiro.

BNB movimenta R$ 852,2 mi em PIX

Lançado há cerca de um ano e bastante adotado pelo brasileiro, o PIX já movimentou R$ 852,2 milhões no Banco do Nordeste, segundo informou o presidente Romildo Rolim. As transações que não são taxadas e passam por processos mais simples que TED e DOC já fazem parte da realidade dos clientes do bando de fomento da Região, conforme destacou.

Até o dia 21 de fevereiro, dado mais recente disponibilizado, foram R$ 439,8 milhões de outros bancos para o Banco do Nordeste. Enquanto que mais R$ 412,4 milhões saíram de correntistas do BNB para outras instituições bancárias.

O número de operações e o tipo de cliente, se oriundo do microcrédito ou das grandes contas do Banco, não foram reveladas.

"A gente vem fazendo todo esse trabalho desde o início, cumprimos com os prazos do Banco Central, mas realmente ampliando e fazendo com que não seja apenas um atendimento das conformidades. Mas que isso seja mais rápido para os nossos clientes", reforçou Rolim, afirmando que acompanha as medições de velocidade das transações para garantir o bom funcionamento.

O Pix nada mais é que o sistema de pagamento instantâneo desenvolvido no Brasil pelo Banco Central e adotado pelas demais instituições. Com a promessa de funcionar 24h por dia e sete dias por semana, a ferramenta ofertada por cada banco não cobra pela transferência, que deve ser feita em até 10 segundos.

 

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