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Aço da Turquia deve atender demanda da construção civil no Ceará
Economia

Aço da Turquia deve atender demanda da construção civil no Ceará

|Importação| Insumo foi encontrado por até 20% mais barato do que no mercado brasileiro e empresas estão prestes a fazer uma compra de 8 mil toneladas do item
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CONSTRUÇÃO civil teve aumento no consumo (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação CONSTRUÇÃO civil teve aumento no consumo

O aço da Turquia foi considerado o mais vantajoso pelas construtoras cearenses, que tentam alternativas para os elevados preços do mercado brasileiro – no qual o item já acumula alta de 100% desde 2020. Após meses de análises e negociações, um grupo de empresas com sede no Estado está na iminência de fazer a importação do insumo, em uma operação conjunta entre a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), que reúne os sindicatos do setor, e a Cooperativa da Construção Civil (Coopercon) Brasil. A compra deve garantir, até o fim de setembro, a chegada de 8 mil toneladas de aço ao Ceará.

Desse total, 7 mil toneladas vão para os associados do Sinduscon-CE e mais mil toneladas para os membros da Coopercon-CE, segundo informaram as duas entidades. Toda a carga negociada pela Cbic para construtoras de todo o País chega a 30 mil toneladas. A busca por um aço mais barato no exterior foi dada em primeira-mão pelo O POVO em matéria que trazia ainda os itens do canteiro de obras que mais sofreram inflação no Estado.

Mesmo vindo do exterior, o aço turco é de 15% a 20% mais barato quando comparado ao produzido pelas indústrias brasileiras, segundo revela Patriolino Dias de Sousa, presidente do Sinduscon-CE. A compra com valores mais baixos deve resultar numa manutenção de preços ao consumidor final, que busca apartamentos ou casas exatamente quando o setor desenha uma retomada dos lançamentos – observada desde o final do ano passado.

Hoje, segundo Patriolino, novos terrenos estão sendo preparados para construção no Estado. Nesta fase da obra, o aço é essencial para a base de toda a estrutura. Por isso o esforço conjunto das empresas em contar com preços vantajosos. Mas os recursos vindos da Turquia devem ser suficientes para apenas quatro meses de trabalho e as construtoras já planejam novas compras e miram em outros produtos também.

“É melhor que a gente comprasse aqui, no Brasil, que não precisava fazer estoque, passar por burocracia, mas infelizmente é preciso fazer esse tipo de operação para ter preços condizentes com os custos”, lamenta o empresário.

Um dos novos itens já cotados no mercado internacional é a tela de aço, de acordo com Sérgio Macêdo, presidente da Coopercon-CE. O material é usado como uma “armadura” junto ao concreto nas edificações. Mas ele não descarta, “dependendo da demanda”, buscar outros insumos que estejam caros no Brasil. Perguntados sobre quais são os mais inflacionados, os dois líderes apontam o cimento como um dos produtos cujo preço sofreu drástica elevação desde 2020.

Sobre a carga da Turquia, Macêdo informa que as amostras do produto chegaram a poucos dias no Brasil e precisam passar por um processo de certificação no Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), cujo registro não é feito pela indústria turca, mas por cada uma das empresas brasileiras que quiserem importar o insumo.

O tempo de análise deve ser de 30 dias e, após a certificação, podem ser feitas as encomendas. “Aí vai ser emitido o pedido e chega aqui no fim de setembro”, diz o presidente da Coopercon-CE ao contabilizar o prazo de entrega, informando ainda que os parceiros dele de Santa Catarina já passaram pelo processo e contam com o insumo para construir.

A carga será embarcada em navio e deve chegar ao Brasil pelo Porto de Suape, em Pernambuco. De lá, caminhões trarão o conteúdo dos contêineres para as construtoras cearenses. “Estamos tentando trazer pelo Porto do Pecém, mas essa primeira carga será feita parte por Suape. Para a próxima, vamos agendar uma reunião com o Danilo Serpa (presidente da Cipp AS, que administra o Porto do Pecém)”, afirma Patriolino, já revelando o interesse em manter a importação de insumos.

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