O anúncio feito pelo governador Camilo Santana (PT), na última sexta-feira, 5, de que seriam autorizados pequenos eventos corporativos a partir do próximo dia 14, com capacidade para receber até 50 pessoas (em ambiente aberto) acelerou a preparação dos buffets para a retomada das atividades.
Em alguns casos, esses espaços já estão fechados há mais de um ano e o tom entre as empresas do segmento é de otimismo cauteloso. Foi o que ocorreu com o Barbra’s Buffet. Segundo a diretora do espaço, Lia Freire, para esse retorno às atividades “serão novos formatos, com todo o cuidado sanitário necessário”. Para tal, a empresa preparou ainda um novo ambiente, com capacidade receber até 100 pessoas e realizar 60 eventos por mês, nos quais serão ofertados o serviço de buffet, propriamente dito.
Ela afirma que a ‘criatividade’ tem sido fundamental para que as empresas se mantivessem vivas durante meses de fechamento nas duas ondas pandêmicas de Covid-19 e será ainda mais importante nesse processo de retomada. “Fizemos parcerias com estabelecimentos que têm espaços abertos. Os eventos híbridos, com parte do público online, são bem interessantes e já temos dois agendados para julho e aí quem está presencialmente tem acesso ao serviço de buffet e quem não está pode até receber um brinde para se sentir como se estivesse, pode ser uma garrafa de champanhe ou vinho, um kit de salgados”, exemplifica Lia Freire.
Já o proprietário do La Maison, Adriano Filho, destaca que para atravessar o pior período da crise a empresa apostou em levar alguns itens do buffet para os supermercados. “A gente se fez presente no varejo com alguns produtos, como nosso tradicional pastelzinho, como nossas pizzas maravilhosas, nossos congelados. Estamos incrementando um empório que faz parte do nosso grupo com muito produto novo. Fizemos muita coisa para os Dias dos Namorados”, enumera.
Ele afirma que a reabertura a ser iniciada na próxima semana deve ter um impacto ainda muito reduzido. “É uma abertura pequena, mas importante porque é o início do processo. Nosso maior volume de negócios é com os eventos sociais e sem eles, nosso segmento praticamente não trabalhou durante a pandemia”, lamenta. O empresário, contudo, espera que, até o fim do ano, com o avanço da vacinação, haja liberação que todos os tipos de evento possam ser realizados.
Enquanto os empresários acertam os preparativos para esse retorno gradual, representantes do segmento calculam os prejuízos acumulados. De acordo com o presidente do Sindicato de Restaurantes, Bares, Barracas de Praia, Buffets e Similares do Estado do Ceará (Sindirest-CE), Dorivan Rocha, somente em Fortaleza, 30% dos quase 200 buffets em operação antes da pandemia fecharam de vez. Para ele, o novo decreto praticamente não terá impacto para os que sobreviveram.
“Liberar reuniões de trabalho e não liberar reuniões familiares, é incompreensível para nós.
A liberação de eventos intimistas, mesmo que com regras de distanciamento ou em espaço aberto, seria importante para a retomada destas empresas. Os buffets e seus pequenos eventos são seguros e possuem vários processos de controles sanitários. Com o decreto limitado, principalmente os grandes espaços ficaram em situações mais complicadas”, critica Dorivan Rocha.
Por sua vez, a presidente do Sindicato das Empresas Organizadoras de Eventos e Afins do Estado do Ceará (Sindieventos-CE), Circe Jane Teles da Ponte, lembra que “com eventos sendo realizados apenas de forma online estávamos sem a possibilidade de contratar serviços de buffet, parte importante da cadeia produtiva de eventos. Nesse retorno, vão levar vantagem aqueles espaços que contam com ambiente abertos e aqueles que trabalharem bem o formato híbrido”.