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Obra de usina de dessalinização deve iniciar já em 2022, projeta consórcio
Economia

Obra de usina de dessalinização deve iniciar já em 2022, projeta consórcio

|ÁGUA DO MAR| Expectativa é de antecipar, em 3 meses, a fase de estudos e de licenciamento. Obra deve beneficiar 720 mil pessoas, quando for concluída em 2025
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Usina a ser construída na Praia do Futuro captará água do mar a 2,5 km da costa (Foto: FABIO LIMA)
Foto: FABIO LIMA Usina a ser construída na Praia do Futuro captará água do mar a 2,5 km da costa

Realidade em países como Espanha, Austrália e Malta e em regiões como o Oriente Médio e o Caribe, a dessalinização da água do mar para consumo humano deve deixar de ser algo exótico também para o consumidor de Fortaleza (e Região Metropolitana), em meados de 2025.



É que foi assinada ontem, pelo governador Camilo Santana (PT), a ordem de serviço para construção de uma usina na Praia do Futuro, que converterá água salgada em potável, por meio do processo de osmose reversa. Os investimentos serão da ordem de R$ 3,2 bilhões. O empreendimento ocupará uma área de cerca de 2,4 hectares, e deve ser o maior com finalidades não industriais na América do Sul.

Confira solenidade de assinatura

O projeto será dividido em, pelo menos duas etapas: a de estudos e licenciamento ambiental e a construção propriamente dita. Inicialmente previstas para começarem apenas no 1º trimestre de 2023, as obras devem ser antecipadas em cerca de três meses e começar ainda no 4º trimestre de 2022. Quando tudo estiver concluído, estima-se que a produção seja de 1m³ por segundo, o suficiente para abastecer 12% da demanda de água da Capital, ou cerca de 720 mil pessoas.

A produção deve ser, inicialmente, distribuída para dois reservatórios em Fortaleza, o do Morro de Santa Terezinha e o da Praça da Imprensa, abastecendo, principalmente os bairros das Regionais 2 e 7. O impacto no sistema hídrico deve ser bem maior, no entanto, já que a rede que abastece a Capital também atende a outros 18 municípios vizinhos. Para o secretário das Cidades, Zezinho Albuquerque, “com a Região Metropolitana demandando menos água de reservatórios no Interior do Estado, como o Castanhão, sobrará mais água para o agricultor”.

O projeto se realizará por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP) entre o governo do Estado do Ceará, a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) e o Consórcio Águas de Fortaleza, formado pelas empresas brasileiras Marquise e PB Construções, além da espanhola Abengoa Agua, com respectivamente 60%, 30% e 10% da Sociedade de Propósito Específico (SPE) constituída. A concessão de operação da usina é válida por 30 anos. De acordo com o diretor da Marquise Infraestrutura, Renan Carvalho, “o grande destaque do programa, além do pioneirismo e do porte, será o impacto social para o Estado”.

Carvalho detalha que o primeiro passo será “estudar realmente as correntes marinhas, fazer toda a batimetria da área onde vão ser feitas as intervenções e, posteriormente, será feito o licenciamento ambiental. A partir daí, a gente começa efetivamente a obra. O prazo previsto da primeira etapa era de 18 meses, mas a gente projeta que é factível realizar em 15 meses”.

Ele explica que a captação da água no mar, que será realizada a cerca de 2,5 mil metros da costa e a uma profundidade de 14 metros, “é uma obra de maior complexidade até do que a dessalinização em si. Após o início da operação da usina, vem ainda a distribuição, por adutoras, para os dois reservatórios em Fortaleza”.

Durante a solenidade de assinatura da ordem de serviço para o início do projeto, que celebrou também os 50 anos da Cagece, o governador Camilo Santana aproveitou a ocasião para anunciar investimentos da ordem de R$ 1,8 bilhão em obras de saneamento no Estado. No caso de Fortaleza, a ideia é que a rede de esgoto alcance uma cobertura de 75%.



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