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Ceará é o estado mais competitivo do Nordeste pelo 2º ano consecutivo
Economia

Ceará é o estado mais competitivo do Nordeste pelo 2º ano consecutivo

| Ranking nacional | Queda de duas colocações entre 2020 e 2021 não comprometeu liderança na Região, segundo levantamento da CLP em parceria com a Consultoria Tendências e Seall
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O bom nível da educação no Ceará é um dos pontos que mais contribuiu para que o Estado liderasse o ranking de competitividade no Nordeste (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação O bom nível da educação no Ceará é um dos pontos que mais contribuiu para que o Estado liderasse o ranking de competitividade no Nordeste

O desempenho em Educação, Inovação e Capital Humano aliado à manutenção de uma gestão fiscal de alto nível classificaram o Ceará como o estado mais competitivo do Nordeste pelo segundo ano consecutivo, segundo aponta o Ranking de Competitividade dos Estados 2021, elaborado pela Centro de Lideranças Públicas (CLP) em parceria com a Tendências Consultoria e Seall – obtido com exclusividade pelo O POVO.

Mesmo tendo caído duas posições entre 2020 e 2021, de 10º para 12º entre as 27 unidades federativas, o Estado conseguiu marcar 45 pontos – onde o líder São Paulo obteve 84,9 – e manter a liderança na Região, avançando em indicadores importantes. O esforço, segundo reforça Lucas Cepeda, coordenador de competitividade do CLP, atesta o empenho da gestão pública em promover melhorias.

“O Ceará tem sempre um trabalho muito forte para solidez fiscal e tem investimento forte também, que nesse aspecto pode considerar a questão ‘pandemia’ ter afetado negativamente, mas o resultado é um bom sinal. É um governo que tem se preocupado com questões fiscais, boa solidez fiscal, se empenhado em conseguir ter brecha para investimento, que sabemos ser bem difícil em níveis de Brasil”, analisa.

Ele refere-se a um dos eixos pesquisados em que o Estado perdeu posições entre o ano passado e o atual. Os indicadores investigados, como investimento, solvência fiscal, planejamento orçamentário e resultado primário apontaram queda no período, fazendo com que o Ceará deixasse de fazer parte dos 10 estados mais competitivos do País – posição que ocupava em 2020.

No entanto, Cepeda menciona o “caráter relativo do Ranking” ao reconhecer que a análise pode ser sofre influência de comparações entre as unidades federativas que obtiveram um desempenho acima da curva que vinham demonstrando e outros que mantiveram resultados constantes – como no caso do Ceará.

Sobre os eixos cujos resultados foram considerados de destaque na avaliação do Estado, o diretor de competitividade ressalta a Educação: “Não é só o 5º no País, como 1º do Nordeste e isso é uma pauta que a gente vê agora superatual. Observamos, na pandemia, toda a dificuldade de manter as pessoas no colégio. A gente sabe o trabalho feito pelo Ceará na Educação e deve ser um item mais publicizado do que já é para conseguir trabalhar e ter esse destaque.”

Quando o assunto é inovação, o diretor do CPL aponta o investimento em pesquisa e tecnologia, a concessão de bolsas de doutorado e mestrado, assim como a empregabilidade de mais pessoas com nível superior como motivos de bom desempenho.

Na prática, o Ceará intensificou os esforços nesta área entre 2020 e 2021 e tem exemplos tanto na Saúde, com desenvolvimento de técnicas e investimento em novas unidades, quanto na área industrial, vide o hub de hidrogênio verde lançado no início deste ano e que articula toda cadeia de energias eólica e solar sob um novo objetivo.

O que precisa melhorar

Responsável direto pela queda de duas posições do Ceará no Ranking de Competitividade dos Estados 2021, o desempenho no eixo Segurança Pública registrou os piores resultados, fazendo o Ceará despencar da 14ª para a 27ª colocação neste eixo. Mas também foi acompanhado por outras áreas cujo desempenho, segundo Cepeda, colaboraram para a queda na classificação geral.

“Olhando para os pilares, alguns chamam atenção. Tem uma queda de 5 posições no pilar de segurança Pública. 4 colocações em Solidez Fiscal e 2 colocações em potencial de Mercado e uma colação na eficiência da máquina pública. Tanto em Segurança Pública quanto em solidez fiscal são pilares de peso maior no ranking e ajudam a entender por que a queda do Estado”, afirmou.

Além disso, apontou para a diferença de remuneração entre homens e mulheres na administração pública e o número de homens e mulheres que trabalham no governo comparado à população economicamente ativa.

Apesar dos pontos, Cepeda observou que “não só dados positivos atraem investimentos” e finalizou: “Mas, ser o primeiro do Nordeste em competitividade, sem dúvida, reflete a atratividade do Estado.”

Imagem divulgacao da secretária da Fazenda, Fernanda Pacobahyba. (Foto Thiago Gaspar/Governo do Estado do Ceará)
Imagem divulgacao da secretária da Fazenda, Fernanda Pacobahyba. (Foto Thiago Gaspar/Governo do Estado do Ceará)

Ceará poderia estar entre os seis mais competitivos

Essas conquistas em Educação, Inovação e demais não acontecem do dia para noite, são medidas que exigem uma certa resiliência do governo, identidade de propósitos e isso bem caracteriza o Ceará. Isso é todo um trabalho que tem sido feito em manutenção de investimento, atração de novas empresas, geração de empregos.

Agora, achamos que o Ceará deveria ter ficado mais acima na classificação do Ranking de Competitividade dos Estados 2021. Muitos estados tiveram perdas em arrecadação em 2020 e o Estado do Ceará foi o que mais teve queda neste quesito no ano passado. Ao revés, o Estado foi o que recebeu do Governo Federal o menor valor per capita do Brasil.

Maior queda e menor repasse. Então, isso demonstra uma solidez fiscal extraordinária para um estado que está bem neste aspecto. Avaliamos esses números e acredito que fizemos milagre.

Até no quesito solidez fiscal, que é nosso xodó, nós caímos. Os demais melhoraram, mas o ranking não teve uma sensibilidade para olhar e prestigiar o Estado mantendo folha, nível de investimento e num cenário de uma das piores situações da pandemia, como foi a do Ceará.

Faltou sensibilidade do CLP neste ponto. Se a gente tivesse mantido a colocação de solidez fiscal, teríamos ficado ainda mais acima. Eu acho que o Estado do Ceará deveria ficar entre o 6º ou 7º da pesquisa. Não tenho dúvida.

 

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