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Com aporte de R$ 95 milhões em expansão, Betânia mira em outros mercados
Economia

Com aporte de R$ 95 milhões em expansão, Betânia mira em outros mercados

| Indústria leiteira | Ampliação da unidade de Morada Nova (CE) recebeu R$ 70 mi, enquanto fábricas de Pernambuco terão R$ 25 milhões no próximo mês. Unidades devem impulsionar produção de leite longa vida, em pó e leite condensado
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PARQUE fabril passará a ter 
linha exclusiva de leite condensado (Foto: JÚLIO CAESAR)
Foto: JÚLIO CAESAR PARQUE fabril passará a ter linha exclusiva de leite condensado

De posse de 40% do mercado de leite longa vida no Nordeste, a cearense Betânia Lácteos mira espelhar este percentual também em outros derivados do leite, segundo afirmou o CEO da empresa, Bruno Girão. Ao inaugurar oficialmente a ampliação da indústria de Morada Nova, que recebeu R$ 70 milhões, o executivo contou de mais R$ 25 milhões na expansão da fábrica de Pernambuco no próximo mês.

Ambas as indústrias devem impulsionar a produção da empresa, que mira alcançar mais mercados entre o Norte e o Nordeste do País. No entanto, enquanto a produção pernambucana reforça o carro-chefe da marca – o leite longa vida – aumentando a capacidade de produção em 100 mil litros por leite por dia, a cearense – inaugurada ontem – dotou a Betânia de tecnologia capaz de aumentar a produção de leite em pó e leite condensado.

Com a ampliação em Morada Nova, que tem capacidade de trabalhar 200 mil litros de leite por dia, a empresa passa a processar 1,4 milhão de litros de leite em 24h, o que coloca a Betânia entre as dez maiores indústrias de lácteos do Brasil. O impacto medido para o investimento é de 60 novos empregos diretos e mais 4 mil indiretos no esforço para crescer no mercado.

“Hoje, a gente tem uma participação relevante de quase 40% na venda de leite longa vida. Essa mesma participação não é igualitária quando se fala nos outros produtos. Quando se fala em creme de leite, a nossa participação é bem inferior a 40%. Leite em pó nem se fala porque estamos chegando no mercado agora. Leite condensado também é bastante baixo. Então, os nossos planos para os próximos anos é elevar a participação de mercado desses outros derivados ao nível que a gente já tem em leite longa vida”, declarou o CEO da Betânia Lácteos.

Desafios

Os dois itens devem ter mais atenção nos próximos anos na estratégia que, segundo o executivo, mira tanto o esforço na distribuição dos itens pelo País quanto campanha que faça o brasileiro reconhecer “que leite produzido no sertão tem a mesma qualidade dos que estão há mais tempo no mercado”.

No que diz respeito ao primeiro ponto, Girão afirma que a entrada dos produtos Betânia nas gôndolas físicas e digitais foi satisfatória ao longo dos dois últimos anos. Já sobre o segundo, afirmou que caberá à empresa fazer o cliente reconhecer a história e o trabalho de forma que adote a marca.

Perguntado sobre o enfrentamento da seca, o executivo afirmou que a empresa conseguiu ampliar em 10% a captação de leite entre 2020 e 2021, o que considera “uma vitória” dado o contexto econômico do País. “Num ano em que as commodities tiveram aumento de preço altíssimo, ano de seca, quando o consumidor teve problema de renda pressionada pela inflação... por si só já é motivo de comemoração”, afirmou.

Mas, para alcançar esse desempenho, Girão conta que a Betânia buscou diversificar a captação de leite, comprando de mais de um produtor e variou o mix produzido.

Trabalho local

Atualmente, entre 65% e 70% do leite adquirido pela empresa é de produtor que possui tanque instalado pela Betânia. “Nós compramos leite de 3,5 mil famílias em todas as fábricas. Aqui, no Ceará, aproximadamente 1,5 mil famílias. Com essa ampliação para mais 200 mil litros, a gente estima que teremos condições de instalar entre 300 e 400 tanques de resfriamento, o que nos daria condição de aumentar em cerca de 300 a 400 famílias”, diz David Girão, presidente do Instituto Luiz Girão - nome do fundador da empresa e pai de Bruno e David.

O Instituto trabalha no fomento aos produtores que têm negócios com a empresa e ajuda na tomada de financiamento que estimule a profissionalização dos produtores rurais que fazem parte da cadeia leiteira. Os projetos pilotos desenvolvidos pela Betânia são testados inicialmente no Ceará pelo Instituto, antes de ir para as outras praças.

O tamanho da Betânia

- Fundada em 1971 na cidade de Quixeramobim, Ceará, a Betânia Lácteos conta com seis fábricas localizadas em Pernambuco, Bahia, Sergipe e no Ceará, onde funciona a primeira fábrica de leite em pó do Estado, além de doze centros de distribuição.

- Maior indústria de lácteos do Nordeste e líder em leite UHT na região, com 41% de share e líder em iogurtes, movimenta uma cadeia produtiva 100% de origem local.

- São mais de 3.500 famílias produtoras de leite, em cerca de 130 cidades do sertão nordestino

- Atualmente, a Betânia Lácteos possui mais de 2 mil colaboradores e está presente em 57 mil pontos de venda.

- Possui uma linha de produtos com mais de 120 itens, como leites pasteurizados, leites longa vida, bebidas lácteas, iogurtes, queijos, requeijões, leite em pó, creme de leite e leite condensado.

 

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