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Exportação e importação: Ceará movimenta US$ 6,6 bi e atinge melhor resultado em 24 anos
Economia

Exportação e importação: Ceará movimenta US$ 6,6 bi e atinge melhor resultado em 24 anos

| Em 2021 | Montante de US$ 2,7 bilhões foi resultado do envio de produtos para o exterior e mais US$ 3,8 bilhões veio da compra de mercadorias de fora do País
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A China aparece como segundo país do qual o  Ceará mais importa, mas apenas o 15º para o qual o Estado mais exporta (Foto: JÚLIO CAESAR)
Foto: JÚLIO CAESAR A China aparece como segundo país do qual o Ceará mais importa, mas apenas o 15º para o qual o Estado mais exporta

O Ceará registrou em 2021 a melhor movimentação em exportações e importações dos últimos 24 anos. O valor exportado e importado pelo Ceará no ano passado foi o melhor desempenho registrado pelo Estado em toda série histórica de monitoramento, que reúne dados desde 1997. Os números foram destacados no Ceará em Comex, elaborado pelo Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (CIN/Fiec). Apesar do montante, a balança comercial cearense se manteve negativa em cerca de US$ 1,1 bilhão.

O saldo das exportações cearenses em 2021 atingiu o patamar de US$ 2,75 bilhões, cerca de R$ 15,7 bilhões pela cotação atual do dólar. Valor representa um aumento de 47,7% com relação ao exportado em 2020, crescimento superior à queda de 18,5% registrada durante o auge da pandemia de Covid-19.

O segundo crescimento recorde registrado na balança do comércio exterior do Ceará diz respeito ao salto de 60,4% no valor importado pelo mercado estadual. Enquanto em 2020, o estado encerrou o ano com US$ 2,4 bilhões em volume exportado, no acumulado de 2021, o valor atingiu o patamar de US$ 3,8 bilhões, equivalente a cerca de R$ 21,8 bilhões pela atual cotação do dólar.

Com saldo, o Ceará representa 1% de toda mercadoria produzida no Brasil com destino final no mercado exterior, além de ser o 14º estado brasileiros que mais exporta no País. Cenário semelhante pode ser visto com relação ao saldo das importações feitas pelo mercado cearense, que em 2021 representou 1,76% de toda demanda brasileira por produtos internacionais, colocando o estado como o 13º maior importador do País.

Com relação aos produtos, os materiais semi-acabados, lingotes e outras formas primárias de ferro ou aço representam 58% das exportações cearenses. Na sequência, calçados respondem por 8,2% do total exportador, sendo seguido por geradores elétricos giratórios e suas partes com 6,6%. Frutas e nozes não oleaginosas, frescas ou secas são 6,2%, seguidos por demais produtos da indústria de transformação com percentual de 4,2%.

Karina Frota, presidente da Câmara Setorial de Comércio Exterior e Investimento Estrangeiro da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece) e gerente do CIN, avalia que a consolidação de hubs de desenvolvimento, como o da exploração do hidrogênio verde, criam oportunidades para novas operações do comércio exterior no Estado.

“Se nós tivermos uma agenda global pautada em estímulos relacionados à vantagem de produtividade, redução de concentração de mercado, ampliação da competitividade internacional do Ceará, teremos um 2022 extremamente assertivo”, destaca Karina.

Em sua análise, porém, ela reforça que há gargalos a serem superados para que o Estado mantenha o crescimento na operação comercial no exterior. Um dos entraves para o aumento das exportações apontados por ela é a grande dependência de poucos mercados, como os Estados Unidos, que sozinhos representam 58% das vendas de exportações do Ceará.

A especialista destaca como desafio imediato para manutenção do crescimento das exportações no Estado, a instabilidade logística gerada pela pandemia, com elevação do preço de fretes marítimos e também com a escassez de containers para escoar a mercadoria nos portos do Ceará e do mundo. “Não depende apenas da indústria doméstica. Temos muitos fatores externos, que [se operarem] juntos, aí sim, nós teremos condições de avançar mais”, finaliza.

DEZ MAIORES PARCEIROS COMERCIAIS DO ESTADO

Estados Unidos: 53% das exportações com valor total de US$ 1,46 bilhão

México: 13% das exportações com valor total de US$ 367 milhões

Canadá: 3,2% das exportações com valor total de US$ 88,3 milhões

Coréia do Sul: 3% das exportações com valor total de US$ 82,8 milhões

Argentina: 2,8% das exportações com valor total de US$ 76,9 milhões

Holanda: 2,4% das exportações com valor total de US$ 65,6 milhões

Chile: 2,2% das exportações com valor total de US$ 59,2 milhões

Colômbia: 1,9% das exportações com valor total de US$ 50,7 milhões

Emirados Árabes Unidos: 1,6% das exportações com valor total de US$ 43,9 milhões

China: 1,4% das exportações com valor total de US$ 39,2 milhões


Origem das importações feitas pelo Ceará:

Estados Unidos: 27% das importações com valor total de US$ 1 bilhão

China: 24% das importações com valor total de US$ 935 milhões

Colômbia: 9,6% das importações com valor total de US$ 370 milhões

Argentina: 6,6% das importações com valor total de US$ 254 milhões

Índia: 4,4% das importações com valor total de US$ 172 milhões

Rússia: 2,8% das importações com valor total de US$ 108 milhões

Alemanha: 2,7% das importações com valor total de US$ 106 milhões

Malásia: 2,2% das importações com valor total de US$ 86,5 milhões

Dinamarca: 1,8% das importações com valor total de US$ 68,6 milhões

Emirados Árabes Unidos e Holanda: 1,4% das importações com valores totais respectivos de US$ 53,8 milhões e US$ 53,7 milhões

Fonte: Comex Stats/Ceará em Comex

Redução

Estado saiu de uma expansão em valor de 61,29%, obtida entre 2019 e 2020, para uma retração de 32,35% entre 2020 e 2021

 

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