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Hub de gás natural do Pecém deve gerar 5 mil empregos durante a construção
Economia

Hub de gás natural do Pecém deve gerar 5 mil empregos durante a construção

Empresa britânica atua em mais de 70 países e está no Brasil há 50 anos assinou memorando de entendimento com governo para fazer parte do hub
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Objetivo da empresa é instalar um terminal que atenda a demanda do Estado, no Pecém (Foto: FCO FONTENELE)
Foto: FCO FONTENELE Objetivo da empresa é instalar um terminal que atenda a demanda do Estado, no Pecém

O terminal de gás natural planejado pela britânica BP Gas&Power para o Pecém, o mais novo empreendimento com memorando de entendimento assinado com o Governo do Estado, deve ajudar na geração de cerca de 5 mil postos de trabalho ao longo da construção do hub de gás natural do Ceará, segundo projeção da empresa. O documento foi assinado na tarde de ontem, 17, entre a vice-governadora Izolda Cela e Mario Lindenhayn, presidente da BP no Brasil.

A intenção é de que a empresa monte um terminal para atender a demanda do Estado no Pecém, compondo ainda o hub de gás natural que o governo tem planejado para o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp).

Bruno Iughetti, analista de Petróleo e Gás e presidente da Câmara Setorial de Logística, afirma que a chegada da BP é apenas um movimento do que deve acontecer após a regulamentação da Lei do Gás, sancionada neste mês. A legislação quebra o monopólio da Petrobras e da Cegás e abre espaço para players internacionais atuarem.

“A lei do gás vem aliviar os efeitos do monopólio de fato da Petrobras. Vamos acionar o mercado internacional, atraindo novos players, e é um dos grandes aspectos levados em consideração. A BP é uma delas. Tem longo histórico de sucesso no mundo todo. Opera gasoduto na Europa e não seria aqui que ela teria dificuldades”, analisa.

O Governo do Ceará e a britânica BP Gas&Power assinaram um memorando de entendimento para que a empresa componha o hub de gás natural planejado para o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp). O documento foi assinado pela vice-governadora Izolda Cela, que substituiu o governador Camilo Santana, e o presidente da BP no Brasil, Mario Lindenhayn.

A reunião acontece três dias depois do governo cearense ter encontro com a Save On Energy, que confirmou a instalação de uma térmica a gás natural no Cipp. O empreendimento, estimado em torno de R$ 5 bilhões, é o segundo maior já feito no Estado e tem previsão de gerar mais de 3 mil empregos.

O Estado ainda deve contar com outro empreendimento do tipo, do consórcio Portocém - liderado pela Ceiba Energy -, que se sagrou vencedor do leilão de energia no fim do ano passado e deve investir R$ 4,2 bilhões até julho de 2026, quando deve entrar em operação.

“A equipe da BP já conhece todas as condições oportunizadas pelo Ceará. Acredito que esse terminal seja apenas o início para a BP, o Ceará e o Brasil. Será algo muito importante para o Nordeste. O Ceará hoje é um ambiente bem estruturado para receber empresas globais, é o estado que mais cresce no Brasil. Estaremos mobilizados para atender todos os processos desse projeto”, pontuou o secretário Maia Júnior (Desenvolvimento Econômico e Trabalho).

Reforçando o dito por Maia, o presidente da empresa britânica destacou que "o hub de gás pode possuir capacidade instalada de cerca de 2.2 GW, o que seria suficiente para abastecer 10 milhões de residências e gerar por volta de 5 mil empregos durante a construção."

“Partimos de uma matriz energética das mais renováveis. É importante entender essas oportunidades e trabalhar em conjunto para que o país assuma sua capacidade de representar todo seu potencial em energias renováveis. Diante disso, o Estado do Ceará faz parte de uma região-chave para a nova estratégia da BP”, comentou o executivo.

No Ceará, a empresa investiu R$ 1,4 bilhão para a implantação de dois parques solares fotovoltaicos nos municípios de Milagres e Icó.

Competitividade

Para Iughetti, a criação do hub de gás natural pelo Governo do Ceará é um movimento que vai ao encontro da nova legislação e faz movimento para aumentar a competitividade do Estado no Nordeste. Ele avalia que a entrada em gás natural faz frente a investimentos como o feito no Complexo de Suape, em Pernambuco, por Nacional Gás, do Grupo Edson Queiroz, Liquigás e Copagaz, da Copa Energia, com foco no gás liquefeito de petróleo – o gás de cozinha.

“Nós, aqui no Ceará, temos mercado localmente, que justifica investimento, temos empresas dispostas a investir nesse mercado, empresas ligadas a grupos nacionais e internacionais. Tudo leva a crer que a gente vai ter não só o atendimento da demanda da BP, mas como vamos conseguir atrair novos investimentos com essa abertura da regulação do uso e transporte do gás”, arremata, acrescentando a possibilidade de esta expansão chegar ao gás natural veicular também.

Empresa líder do setor

De acordo com o comunicado do governo cearense, "o grupo a que pertence a BP é líder no setor de energia e está presente em 70 países." No Brasil há mais de 50 anos, atua nos segmentos de exploração e produção de petróleo e gás natural, distribuição de combustíveis de aviação pela Air BP, lubrificantes por meio da Castrol, comercialização de energia com a BP Comercializadora de Energia, além de atuar via joint-ventures em biocombustíveis e bioenergia (bp Bunge Bioenergia), tancagem e logística de combustíveis (Opla), energia solar (Lightsource bp), geração termoelétrica (GNA) e distribuição de combustíveis marítimo (NFX).

“Temos a ambição de ser uma empresa neutra em carbono até 2050 e o gás faz parte deste processo. Como importante combustível da transição, o gás agrega confiabilidade ao sistema, compensando a intermitência de algumas fontes renováveis. A longo prazo, vemos o gás descarbonizado como um componente essencial de um futuro neutro em carbono”, afirmou Federica Berra, vice-presidente sênior da empresa.

Atuação

De acordo com o comunicado do governo cearense, "o grupo a que pertence a BP é líder no setor de energia e está presente em 70 países."

 

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