Logo O POVO+
Prioridade para o Agro,mina de Itataia podeiniciar operação em 3 anos
Economia

Prioridade para o Agro,mina de Itataia podeiniciar operação em 3 anos

Ex-diretor da ANM afirma que mina atende a 15% do consumo nacional de fertilizantes fosfatados
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
CONSULTOR apontou oportunidades para o agro geradas pela mina de Itataia (Foto: Arquivo Rota Ceará/Divulgação)
Foto: Arquivo Rota Ceará/Divulgação CONSULTOR apontou oportunidades para o agro geradas pela mina de Itataia

Já incluída no plano nacional de fertilizantes, a exploração de urânio e fosfato na mina de Itataia, em Santa Quitéria, deve ser encarada como prioridade para o Governo Federal como forma de diminuir a dependência dos fertilizantes fosfatados comprados do Exterior. A avaliação é do ex-diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM) e consultor da área Tomás de Paula Pessoa. Ele acredita que, se considerada prioridade, a planta deve iniciar a exploração em três anos.

"Se realmente essa licença (ambiental) evoluir com a velocidade que foi iniciada e uma licença prévia for concedida até meados de junho, acredito que, em três anos, teremos exploração. Isso é importante porque, hoje, temos poucos projetos no País que possibilitem uma imediata redução na dependência dos fertilizantes do Exterior", declarou durante o segundo dia do evento Rota Ceará, que discute as oportunidades de negócios a partir dos hubs de desenvolvimento a serem instalados no Estado.

Perguntado se a associação do urânio ao fosfato na mina pode ser um complicador para a aceleração do projeto, o consultor afirmou que a estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB), que detém o monopólio do urânio no País, age com profissionalismo, da mesma forma que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente, responsável pelas liberações ambientais.

Ele ainda destacou a importância da cobrança da sociedade sobre o rigor para com a exploração do material radioativo no Estado.

Capacidade de produção e mercados

No total, de acordo com os dados estimados ainda nos anos de 1980, quando a jazida de urânio e fosfato foi descoberta, a capacidade de exploração chega a 300 mil toneladas anuais. "Essas 300 mil toneladas de fosfato tem a condição de se converter, mais ou menos, em 1 milhão de tonelada de fertilizantes e 200 mil toneladas de alimentação animal, estima, apontando o volume como 15% do consumido pelo País".

Ele ainda aponta a região entre Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia - grande produtora de grãos na Região Nordeste - como possível mercado a ser atendido pelo fertilizante fosfatado produzido a partir da exploração em Itataia. "Ceará passaria a ser fornecedor para essa fronteira agrícola do Brasil, além de se aproveitar disso no nosso agronegócio", completou, citando as vantagens de os custos serem regionalizados.

Membro da Comissão Nacional do Direito à Mineração da Associação dos Advogados, Paula Pessoa ainda apontou a operação do consórcio Santa Quitéria, formado pelo INB e pela Galvani Fertilizantes, como um atrativo para outros players do setor da mineração se interessarem pelo Ceará.

Já o secretário estadual Maia Júnior (Desenvolvimento Econômico e Trabalho), durante o 3° Seminário Agrosetores do Ceará, projetou a oportunidade de ter um polo produtor de fertilizantes no Estado com a exploração do fosfato e também o uso da amônia pelo hub de hidrogênio verde. (Colaborou Adriano Queiroz)

 

Programação

HUB DE ENERGIA VERDE

14h: Abertura

14h30: "Energias renováveis e hidrogênio verde", com Jurandir Picanço, consultor de energias renováveis da Fiec.

15h: Painel "A vanguarda da produção de energias verdes, cenários e oportunidades para o Ceará

TEMA 1: "Panorama de energias renováveis no Ceará", com Joaquim Rolim, coordenador do Núcleo de Energia da Fiec;

TEMA 2: "Investidores e o panorama do hidrogênio verde no Estado do Ceará", com Constantino Frate, da Sedet.

TEMA 3: "Iniciativas cearenses no fomento à produção de energias renováveis", com Fernando Cirino Gurgel, CEO do Grupo FCGPAR;

16h30: "A inteligência da UFC em apoio à implementação do hub de hidrogênio verde do Pecém", com Fernando Nunes, presidente do Parque Tecnológico da UFC;

17h: "Perspectivas da produção de hidrogênio verde no Ceará e os impactos no setor produtivo", com Cayo Moraes, gestor executivo da EDP Brasil.

 

Evento

Também participaram do Rota Ceará Cristiano Maia, presidente da Camarão BR, e Roberto Barcelos, ex-presidente da Abrafrutas e sócio da Agrícola Famosa

 

O que você achou desse conteúdo?