Essas três letrinhas ganharam notória atenção e vêm sendo pauta de discussões internacionais e nacionais. Elas representam um movimento mundial que lidera a necessidade iminente dos governos, empresas e da sociedade civil em adotar práticas sustentáveis relacionadas a fatores ambientais, sociais e de governança. Mais do que um conjunto de conceitos ou práticas, elas representam um movimento que promove e exige uma mudança cultural e comportamental com ações estruturadas e integradas para o bem comum.
O “E” environmental ou ambiental, representa o conjunto de ações adotadas pelas organizações para minimizar o impacto de suas operações no meio ambiente e na utilização de recursos naturais. O “S” social, diz respeito a como as organizações se relacionam com fornecedores, clientes, colaboradores, comunidade e demais stakeholders. Já o “G” governance ou governança, demonstra o quanto as organizações estão preparadas, engajadas e comprometidas em adotar práticas e condutas de sustentabilidade, fundamentadas na transparência dos seus atos, na prestação de contas e na equidade, sobretudo com a sociedade e com os seus investidores minoritários.
O impacto das nossas ações enquanto empresas, governantes e sociedade civil ao longo dos anos, vem resultando em números alarmantes e em projeções não otimistas. De acordo com dados de 2021 da Unicef, cerca de 35% da população mundial não tem acesso a água tratada e 43% não contam com serviços adequados de saneamento básico, sendo possível constatar que dez milhões de pessoas morrem anualmente em decorrência de doenças intestinais transmitidas pela água.
Em relação a desigualdade energética, o secretário-geral da ONU, António Guterres, destacou durante o discurso de abertura do Diálogo de Alto Nível sobre Energia da 76º sessão da Assembleia Geral da ONU, que “quase 760 milhões de pessoas ainda não têm acesso à eletricidade e cerca de 2,6 bilhões de pessoas não têm acesso a meios de cozinhar limpos. E a forma como produzimos e usamos energia é a principal causa da crise climática”.
As questões que essas três letrinhas representam são complexas e urgentes, pois cada dia em que continuamos inertes, contribuímos com o aumento do nível de emissões de CO2 e por sua vez com o aquecimento global, pois as atividades simples do nosso dia a dia, o perfil de consumo dos produtos e serviços e por sua vez dos processos industriais, representam diariamente milhares de emissões de CO2, o que chamamos recentemente de pegadas de carbono.
Como forma de estruturar, potencializar e viabilizar soluções com impactos mundiais para essas questões surgiu a Conference of the Parties (COP). Em sua última reunião, em Glasgow, no Reino Unido, a 26ª Conferência das Partes sobre Mudança Climática da ONU (COP 26), reuniu representantes de 196 países signatários do Acordo de Paris.
Durante a pauta estabeleceram, dentre outras questões, metas de redução de emissões de carbono até 2030 visando manter a temperatura média global abaixo de 1,5°C; a cobrança de ações imediatas e efetivas dos Estados membros da Convenção-Quadro das Nações Unidas, para evitar um série de catástrofes climáticas; a estipulação de iniciativas para que os governos, empresas e toda a sociedade trabalhe em conjunto visando o desenvolvimento sustentável; e a mobilização de finanças para as nações mais pobres se adaptarem às mudanças climáticas e reduzir as emissões.
Surge a partir daí, a Agenda 2030, estabelecendo um plano de ação para trabalhar o alcance dos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável e das 169 metas estabelecidas com a finalidade de erradicar a pobreza e promover condições de vida digna a todos, melhorando as condições de preservação do nosso planeta.
Por fim, cabe a nós enquanto organizações e sociedade ética e responsável, incentivar e acompanhar o cumprimento das ações estabelecidas na Agenda 2030, buscando se aprofundar e se engajar nas frentes que levarão nosso planeta a melhores condições de vida em todos os aspectos, a todas as gerações futuras.
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